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Capital

Jogador de futebol denuncia racismo em sorveteria da Capital

Aline dos Santos | 20/12/2010 08:35

Jogador de futebol profissional, que atuava pelo Operário, José Valdenor Pinheiro da Natividade, de 34 anos, denuncia que foi vítima de racismo em uma sorveteria de Campo Grande.

Ele relata que na última terça-feira, por volta das 17h30, foi à sorveteria e confeitaria no bairro São Bento para tomar sorvete enquanto aguardava a chegada de um amigo.

“Logo que entrei disse boa tarde para a proprietária, mas ela não respondeu. Perguntei se tinha sorvete, picolé. Ela respondeu ‘temos’, sempre com pouca atenção. Mas até ai tudo bem”, conta.

Sentado, ele se comunicava com o amigo no MSN, via celular. Em seguida, três seguranças se aproximaram. “Ficavam me intimidando”, relata. José conta que se sentia incomodado, pois o mesmo tratamento não era dispensado aos outros três clientes que estavam na sorveteria.

“Depois, a dona entrou para dentro e chegaram cinco policiais militares, em motos e em uma viatura. Mandaram que eu encostasse na parede, abrisse as pernas e não olhasse para trás. Toda vez que tentava falar, me mandavam calar a boca, como se eu fosse bandido”, recorda.

Ele ficou cerca de 15 minutos encostado na parede, enquanto os policiais checavam seus documentos e verificaram que ele não tem antecedentes criminais.

Após o constrangimento, veio a explicação de que o comércio já foi assaltado e a proprietária acionou a polícia porque achou o comportamento do cliente parecido com o do assaltante. “Os policiais pediram desculpa, mas foi muito chato, todos passavam e ficavam olhando”.

Terminado o episódio com a polícia, ele conta que foi pagar pelos sorvetes. “A dona estava sem graça, me pediu desculpa. Mas foi preconceito racial”.

Na última sexta-feira, o jogador registrou boletim de ocorrência por racismo na Depac/Centro(Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

José Valdenor, conhecido nos gramados como é Zé Luiz, é do Rio Grande do Sul, mas jogou no Operário e no Comercial

O advogado Fábio Versolato vai ingressar com ação indenizatória por danos morais contra o Estado e a dona da sorveteria. “Foi discriminação. Só porque o rapaz é negro, chamaram a polícia”.

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