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Capital

Jovem diz que teve o corpo queimado por dívida com traficantes

Paula Maciulevicius | 13/03/2012 09:59

Caso de Levi não é isolado e chamou a atenção do Governo Federal. No mesmo dia, 2 moradores de rua foram mortos a tiros no DF

Cenário da tentativa de homicídio contra morador de rua no último sábado. (Foto: Marlon Ganassin)
Cenário da tentativa de homicídio contra morador de rua no último sábado. (Foto: Marlon Ganassin)

Levi da Costa, 22 anos, que teve o corpo queimado na madrugada de sábado contou à Polícia que o motivo seria uma dívida, não paga, de drogas. O jovem é dependente químico e mora nas ruas há dois anos.

O detalhe do que teria levado o grupo a colocar fogo no corpo da vítima foi passado nesta segunda-feira, para o delegado responsável pelo caso Weber Luciano Dias, na ala dos queimados, na Santa Casa, onde Levi continua internado e sem previsão de alta.

As queimaduras por metade do corpo são de segundo grau, as partes mais atingidas foram adbômen, tórax, rosto e genitália. “Ele disse que levou uma paulada, perdeu os sentidos e acordou com o corpo pegando fogo já”, diz o delegado.

O crime foi na madrugada do último sábado, no bairro Nascente do Segredo, em um terreno usado pelo jovem para dormir.

A Polícia continua investigando a autoria. Para os policiais, a vítima disse que a violência partiu de dois homens e uma mulher que chegaram em duas motocicletas.

O caso de Levi não é isolado e chamou a atenção do Governo Federal quanto aos novos atentados contra moradores de rua. No mesmo sábado em que o jovem de Mato Grosso do Sul foi vítima, dois moradores foram mortos a tiros enquanto dormiam sob árvores na cidade de Taguatinga, no Distrito Federal.

Também no Distrito Federal, há 15 dias, um comerciante contratou por R$ 100 um grupo de jovens para queimar dois homens que moravam em frente à sua loja. Uma das vítimas morreu e a outra segue internada em estado grave.

Os casos recentes levaram a ministra da Secretaria de Direitos Humanos (SDH), Maria do Rosário, a marcar reunião com governadores de vários estados para tratar do assunto e antecipar a reunião do Comitê de Monitoramento da População em Situação de Rua, que só iria se encontrar no finao do mês.

A pedido da Secretaria e do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, o IBGE vai fazer um levantamento detalhado sobre as populações de rua em todo o país, que condições de vida levam, as carências e necessidades.

Um levantamento feito por associações de catadores de lixo aponta que em 2011 ocorreram 142 mortes de moradores de rua. Em 2008, uma pesquisa coordenada pelo Governo Federal mostrou que existem 31,9 mil adultos morando nas ruas em 71 municípios com grande contingente populacional. Segundo o estudo, as pessoas acabam indo para as ruas por conta da dependência química, pelo rompimento de vínculos parentescos, desemprego e pela violência. (Com informações da Agência Brasil)

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