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Capital

Jovem nega vingança e diz que matou pai ao reagir às agressões por herança

Edivaldo Bitencourt e Flávia Lima | 08/04/2015 15:11
Jovem chora ao falar do assassinato do pai no sábado (Foto: Marcelo Calazans)
Jovem chora ao falar do assassinato do pai no sábado (Foto: Marcelo Calazans)
Delegado Jairo conta que testemunhas reforçam versão de que crime não foi premeditado (Foto: Marcelo Calazans)
Delegado Jairo conta que testemunhas reforçam versão de que crime não foi premeditado (Foto: Marcelo Calazans)

Aos prantos e bastante arrependido, o estudante Danyllo Matsumoto Cruz de Freitas, 18 anos, negou que tenha matado o pai, Charles Ariel Dias de Freitas, 40 anos, para vingar a morte da mãe. Na tarde de hoje, durante entrevista na 5ª Delegacia de Polícia, ele contou que efetuou os disparos porque estava cansado de ser agredido por Charles, que vinha pressionando os filhos a vender a casa da família para ficar com parte do dinheiro.

Charles matou a mulher Daniela Aparecida Cruz em outubro de 2008. Na época, ele ocultou corpo e procurou a polícia para denunciar o desaparecimento da mulher, mãe dos quatro filhos do casal. No entanto, as investigações desvendaram o crime, Charles foi preso e condenado a 13 anos de prisão em regime fechado em 2009.

No ano passado, ele saiu da prisão e passou a pressionar os filhos para vender a casa da família. Segundo Danyllo, todo encontro era marcado por discussões e agressões por parte do pai. Cansado de ser agredido e para se defender do pai, ele admitiu que comprou uma arma sem registro.

Na manhã de sábado, Charles procurou o filho e voltou a cobrar a venda da casa. Ele também queria parte do dinheiro que os filhos obtiveram com a venda do carro da mãe. Os dois começaram a discutir e o ex-presidiário retomou as agressões.

Danyllo contou que saiu correndo e pegou o revólver para assustar o pai. No entanto, os tiros foram certeiros e Charles morreu no local, na Rua Charlote, no Conjunto Aero Rancho, na saída para Sidrolândia.

Apesar da mágoa do pai, por ter assassinado a mãe há sete anos, o estudante ressaltou que não agiu por vingança.

“Tinha um bom relacionamento com a minha mãe e tenho saudades dela”, contou o jovem.

O delegado Jairo Carlos Mendes, da 5ª Delegacia, acatou a tese de que não o crime não foi premeditado. Testemunhas reforçaram o depoimento do jovem – sobre as agressões e discussões entre filho e pai.

A arma do crime, um revólver 38, foi localizada em um matagal. Esta foi a única divergência no depoimento do jovem. Ele tinha dito que entregou o revólver para um amigo. A arma não tem registro, mas a numeração não está raspada, segundo a polícia.

Sonhos – Danyllo contou que a tragédia vai interromper os sonhos. Ele tinha esperanças de ser jogador de futebol. A mãe sempre o incentivou a apostar no talento em campo.

Apaixonado por números, o estudante pretendia também seguir os estudos na área de exatas. Visivelmente abalado durante toda a entrevista, ele contou que a família passou por maus momentos após a morte da mãe. Os quatro irmãos – incluindo-se os três de 11 a 15 anos – moram com a avó.

Revólver calibre 38 foi encontrado em um matagal no Conjunto Aero Rancho (Foto: Marcelo Calazans)
Revólver calibre 38 foi encontrado em um matagal no Conjunto Aero Rancho (Foto: Marcelo Calazans)
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