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Capital

Jovem reclama da inércia da polícia e acaba presa por desacato

Ela diz que vai à Corregedoria contra plantonistas da Depac Vila Piratininga; em boletim de ocorrência, polícia diz que moça estava embriagada

Anahi Zurutuza | 22/01/2017 16:35
Jovem mostra a marca das algemas nas mãos (Foto: Direto das ruas)
Jovem mostra a marca das algemas nas mãos (Foto: Direto das ruas)
Ela afirma que algemas foram apertadas para machucá-la (Foto: Direto das ruas)
Ela afirma que algemas foram apertadas para machucá-la (Foto: Direto das ruas)

Jovem de 20 anos denuncia ter sido vítima de abusos por parte de policiais e do delegado plantonista da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga na noite deste sábado (21). A moça, que pediu para ter a identidade preservada, procurou a unidade policial para registrar um boletim de ocorrência, mas acabou presa por desacato.

Ela relata que foi à delegacia por volta das 20h30 porque tem recebido ameaças por telefone há pelo menos um mês, mas o policial que estava no balcão teria se recusado a registrar o caso. “Ele só disse que não poderia me ajudar e que eu estava no lugar errado”.

Ela conta ainda que ficou com raiva, deu as costas para o servidor e o mandou “se ferrar”. Foi neste momento que o delegado teria dado voz de prisão à jovem.

“Chegaram mais três policiais e o delegado e começaram a me empurrar em direção de um corredor. Fui algemada, apertaram a minha algema e fiquei junto com outros presos homens”.

A moça alega ter ficado detida por cerca de uma hora e meia. “O delegado fez questão de ir lá onde eu estava e dizer: ‘você só vai sair daqui 2 horas da manhã ou quando eu quiser, pra ver quem é que manda’”.

Ela estava acompanhada do noivo, que chamou o pai até a delegacia e conta ainda que, quando ouviu a voz do pai, começou a gritar por socorro. Neste momento, um policial teria feito ironias. “Ele entrou no corredor e disse: ‘pode gritar à vontade, uma hora sua voz vai acabar’”.

A jovem foi solta depois que assinou o boletim de ocorrência registrado contra ela.

Outro lado – A versão da polícia é bem diferente. Consta no histórico da ocorrência de desacato registrado contra a moça que ela chegou à delegacia em visível estado de embriaguez e gritando para ser atendida.

O investigador que a atendeu pediu que ela esperasse, se acalmasse, mas que a jovem começou gritar, xingar, bater nos móveis e constranger as outras pessoas que estavam na recepção. Ela foi presa e, conforme a versão da policial, o uso das algemas foi necessário para conter a moça que começou a se jogar com o corpo nas paredes da delegacia.

O policial relatou ainda que o noivo da jovem teria admitido que os dois passaram a tarde bebendo e dito a namorada “o obrigou” a levá-la até a delegacia.

O advogado da jovem, Osmar Cozzatti, garante nesta segunda-feira (22) que fará uma representação contra a equipe da Depac na Corregedoria da Polícia Civil. Ela nega que estivesse embriagada.

A reportagem tentou contato com o delegado, um recado foi deixado na delegacia para que ele retornasse a ligação caso quisesse saber da versão da jovem e dar mais detalhes sobre o ocorrido, mas ele não deu retorno até o fechamento da matéria.

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