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Capital

Justiça não se faz a qualquer preço, diz juiz que manteve prisão de policiais

Alan Diógenes | 21/01/2016 18:13
Vários policiais estiveram no Fórum, no período da manhã, em protesto contra as prisões. (Foto: Marcos Ermínio)
Vários policiais estiveram no Fórum, no período da manhã, em protesto contra as prisões. (Foto: Marcos Ermínio)

O juiz David de Oliveira Gomes Filho, que manteve a prisão de três policiais acusados de agredir um adolescente de 15 anos, usou o argumento de que não importa o quanto o menor praticou atos infracionais, os militares não deveriam ter agido com violência. “A Justiça não se faz a qualquer preço”, disse ele durante a audiência de custódia, na manhã desta quinta-feira (21), no Fórum da Capital.

Conforme o magistrado, não importa o quanto os policiais sejam condecorados ou se o menor é um infrator, ele levou em conta o tratamento feito com o ser humano. “Que curioso é o destino que coloca três autoridades policiais com elogios numa posição tão delicada como esta por terem, em tese, agredido um jovem de 15 anos de idade e, apesar de tão novo, já envolvido com tantas práticas de atos muito mais do que nocivos. Não é possível admitir que qualquer ser humano, seja bom ou seja mal, seja submetido a violência física ou psicológica para a busca de informações de crimes”, argumentou.

O juiz manteve os policiais presos dizendo que a versão deles não se sustenta. Uma do fatos considerados por ele como prova de realmente a agressão aconteceu é o fato do menor denunciar à Corregedoria da Polícia Militar que estava sendo procurado, logo após achado, na sequência ter sido agredido.

Segundo a versão dos policiais dada à Justiça, eles estavam procurando o adolescente que estava numa moto e desobedeceu a ordem de parada. Depois eles não o encontraram mais. Os militares disseram que “é uma surpresa a denúncia de que eles maltrataram o jovem”.

Já o adolescente disse, também ao juiz, que depois da perseguição, desceu da moto e estava a pé, quando quatro policiais o encontraram, o levaram para uma casa abandonada e três deles teriam o agredido com socos, chutes, tapas e enforcamentos para que dissesse onde mora o motociclista que fugiu. Ele deu seu próprio endereço e, ao chegar na sua casa, pediu socorro aos pais.

Alegou ainda que neste momento o camburão saiu com ele e seus pais, sem seguida, seguiram o veículo. Depois, ainda segundo o menor, os policiais deixaram-no a pé num local distante.

No período da manhã, vários policiais estiveram em frente ao Forúm, onde acontecia a audiência, em forma de manisfestação contra as prisões. A tarde, cerca de 30 deles também fizeram uma espécie de vigília na expectativa da liberação dos PMs. Enquanto isso representantes da ACS (Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar) foram ao TJ (Tribunal de Justiça), onde tentaram reverter as prisões preventivas.

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