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Capital

Lama e transtorno para quem vê a casa alagar em 1h de chuva

Paula Maciulevicius | 14/03/2013 08:48
Ana Paula Duarte passou a noite acordada até conseguir por a casa em ordem depois de alagamento. (Foto: Simão Nogueira)
Ana Paula Duarte passou a noite acordada até conseguir por a casa em ordem depois de alagamento. (Foto: Simão Nogueira)

Lama, sujeira nas ruas, barro em frente às casas. Dentro das residências o que restou da chuva da noite de ontem foram marcas da altura onde a água chegou, rodo pelos cômodos e donas de casa sem dormir.

A acompanhante de idosos, Ana Paula Duarte, 42 anos, passou a noite em claro. Chegou da igreja ontem de carona, o carro nem entrava pela rua onde ela mora, a Martinez, no bairro Ramez Tebet. De longe, ela já sabia o que a aguardava em casa: alagamento.

“Olha aqui a situação. É a oitava vez que alaga aqui desde que entregaram”, conta. Ela abre as portas de casa já anunciando o cuidado que é preciso ter com a calçada, que ficou escorregadia com a mistura da terra e da água.

“Isso é morada para ser humano? É um desrespeito. A água chegou até aqui, à tomada, e se dá choque? Morre eletrocutado. E depois querem falar de dengue”, desabafa.

Nos cômodos ainda há rodos hoje pela manhã. Resultado de uma noite de limpeza. (Foto: Simão Nogueira)
Nos cômodos ainda há rodos hoje pela manhã. Resultado de uma noite de limpeza. (Foto: Simão Nogueira)

A mulher mora com o filho adolescente que sofre de problemas mentais. Ontem com a forte chuva ela chamou os bombeiros que apenas puderam avaliar a situação e até que tentaram uma saída, de abrir o muro de trás, mas o vizinho não aceitou.

“Eles vieram dar o socorro, mas vai abrir e estourar o quintal do cara? O problema é infraestrutura, é coisa da rua”, diz. Com a parcela do IPTU em mãos, ela questionava o poder público pela falta de escoamento. “Deveria vir preto e não azul”.

Ontem em Campo Grande a meteorologia constatou que choveu 22 milímetros. Segundo o meteorologista da Anhanguera/Uniderp, Natálio Abrahão, a chuva começou às 20h10 e terminou por volta das 21h20. O pico mesmo, quando houve trovoadas e rajadas de vento foi entre 20h10 e 20h30. Depois disso ainda continuou chovendo, mas em forma de pancadas.

A vizinha, Marta Anes teve de criar uma barragem em casa para evitar que entrada de água. (Foto: Simão Nogueira)
A vizinha, Marta Anes teve de criar uma barragem em casa para evitar que entrada de água. (Foto: Simão Nogueira)

Na região do Shopping Campo Grande, pelas avenidas Afonso Pena, Mato Grosso, Ceará e área do Parque dos Poderes, choveu 22,2 milímetros. Já pela região do bairro Maria Aparecida Pedrossian e Uniderp Agrárias, a chuva registrada foi de 18mm.

Na mesma rua da Ana Paula, uma outra vizinha teve que criar um meio para voltar a dormir tranquila em noites de chuva. Há dois anos e meio no bairro, ela teve de levantar uma barragem em frente à casa, uma tentativa de pelo menos diminuir os estragos da chuva.

A artesã Marta Esquivel Anes, lembra que em toda chuva, a água descia do bairro Macaúbas e caía direto na rua dela. “Eu cansei, depois que eu mexi já entrou duas vezes. Estamos em março, é chuva tensa e a gente fica preso, não tem como sair de casa”, relata.

Na primeira quinzena de março já choveu 36,2 mm. O previsto para todo o mês é de 140.

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