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Capital

Laudo da Defesa Civil confirma problemas estruturais no Nelson Trad

Representante da Brookfield participou da audiência pública na Câmara

Juliene Katayama | 17/03/2015 16:00
Marta contou o pesadelo que tem vivido depois da conquista da casa própria (Foto: Alcides Neto)
Marta contou o pesadelo que tem vivido depois da conquista da casa própria (Foto: Alcides Neto)

O laudo da Defesa Civil confirmou os problemas estruturais apresentados pelos moradores do Residencial Nelson Trad, no Jardim Carioca. A vistoria foi realizada no dia 26 de fevereiro deste ano a pedido do sídico Zildo Oliveira Barros foi apresentado durante a audiência pública, nesta terça-feira (17), na Câmara Municipal.

Segundo o parecer, tanto na área externa quando a interna de alguns apartamentos “foram identificadas anomalias que não se sabem a causa exata do (sic) gerou”. Os problemas apontados foram: fissuras no revestimento externo, fissuras diagonais, próximo as janelas formando ângulo de 45º, escadas com rachaduras verticais, fissuras em pisos dentro dos apartamentos em pavimentos superior, regiões próximas às janelas com infiltrações gernado área de mofo e odor, vazamentos nos banheiros, vazamentos em prumadas, na área de serviço e cozinha e alçapões sem portinholas.

Diante do que foi constatado, a Defesa Civil orientou o síndico a comunicar imediatamente a construtora responsável, no caso a Brookfield para que tome as providências. Também sugeriu a contratação de perícia para ter exatidão das origens dos problemas e avaliação mais detalhadas da estrutura das edificações.

O representante da construtora, Pedro Paulo de Bonis Cruz, participou da audiência e disse que os problemas tem aparecido com o tempo e solucionados assim que solicitado. A empresa ofereceu cinco anos de garantia a partir da data que o residencial foi entregue, há oito meses.

“A Brookfield tem prestado assistência técnica às patologias. A construtora está resolvendo os problemas e diminuindo as patologias com o avanço das etapas”, afirmou Cruz. A terceira e última etapa foi entregue em novembro do ano passado, totalizando 1.024 unidades habitacionais.

Mas, a audiência que começou com depoimento dos moradores, mostrou que a realidade ainda é difícil. Marta Cristina Gonçalves dos Santos disse que esperou 16 anos para conseguir a casa própria e foi a maior decepção. Na casa dela, o ecanamento do vaso sanitário está com problema e expele os dejetos que deveriam ir para o esgoto. “Quando eu chego em casa está aquele cheiro de urina e fezes. E não adianta nem limpar”, afirmou.

A moradora também enfrenta problema de vazamentos e infiltração que acaba criando mofo nas casas. A subsíndica Norma Aparecida Ortiz contou a situação de uma moradora que tem um filho recém-nascido e está com problema na caixa d'água que rachou. “Ela chamou a empresa que foi lá e colou a caixa d'água com ela cheia. É claro que descolou e começou a dar infiltração atingindo o apartamento debaixo”, relatou.

Segundo Ortiz, o funcionário ainda fez piada da situação quando a moradora disse que o teto poderia desabar e matar o filho dela. “O meu salário está sendo pago em dia”, reproduziu a subsíndica com indignação.

Cada residência tem um custo de R$ 54 mil que é pago em pequenas parcelas pelos moradores por 25 anos. Diante dos problemas apresentados aos vereadores, a audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Defesa do Consumidor da Casa de Leis, composta pelos vereadores Coringa (presidente), Otávio Trad (vice), Magali Picarelli, Gilmar da Cruz e Francisco Luis Saci.

O presidente da audiência, vereador Otávio Trad, disse que o objetivo é encontrar um consenso na audiência. “Temos muitas dúvidas, mas o fato da Brookfield ter mandado representante já é um avanço. Queremos saber quais os problemas e como resolver. A conciliação é o caminho”, ressaltou.

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