ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 21º

Capital

Legalizados há 7 meses, vendedores ambulantes tomam ruas da Capital

Aliny Mary Dias | 28/10/2014 10:40
Rua Rui Barbosa é abrigo antigo de vendedores que hoje vivem crise financeira (Foto: Marcelo Calazans)
Rua Rui Barbosa é abrigo antigo de vendedores que hoje vivem crise financeira (Foto: Marcelo Calazans)

Nos últimos 7 meses, os terminais de ônibus de Campo Grande se tranformaram em feiras com a presença de vendedores ambulantes legalizados pela prefeitura atuando nos espaços, mas são as ruas que sempre abrigaram os vendedores que antigamente atuavam no mercado informal e hoje possuem até CNPJ. No entanto, a vida de quem depende das vendas em barracas montadas em calçadas não têm sido fácil, os ambulantes sofrem com a crise financeira que atinge todo o comércio do país.

Em março deste ano, a prefeitura regularizou a atuação dos ambulantes, principalmente nos terminais, mas também criou regras para os que há anos se instalam diariamente em praças e calçadas. Os vendedores são cadastrados pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e recebem uma autorização para venderem os produtos desde que não atrapalhem o trânsito de pedestres em calçadas e praças.

Uma das ruas mais antigas e que abriga vendedores ambulantes pioneiros é a Rui Barbosa, nas proximidades da Mato Grosso, perto da Santa Casa de Campo Grande. No local, os vendedores possuem autorização para vender e passam o dia todo a mercê do tempo e da necessidade dos pedestres.

“Eu monto minha barraca às 6 horas da manhã e só vou embora às 18 horas, todos os dias, até em feriado”, conta o comerciante Mohamed Jaber, 56 anos. Ele vive há 15 anos do trabalho nas ruas e depois de passar por dificuldades no início hoje tem até CNPJ.

Mohamed vende produtos comprados em São Paulo (Foto: Marcelo Calazans)
Mohamed vende produtos comprados em São Paulo (Foto: Marcelo Calazans)

Na barraca de Mohamed tem de tudo, de jogo de bozó a relógios de pulso. tudo é comprado em São Paulo pelo comerciante e vendido em uma barraca que todo o dia é desmontada e levada para casa. A crise vivida no comércio formal também chegou às ruas, Mohamed vive dias difíceis na barraca que é seu ganha pão há mais de uma década.

“Estamos em crise, está bem difícil vender o que expomos. Tem dia que vou para casa sem vender quase nada, vemos essa crime financeira que o país está passando e estamos sentindo na pele”, diz.

Um dos primeiros vendedores ambulantes de Campo Grande, é assim que o nordestino, campo-grandense de coração, Francisco Norato, 74 anos, se intitula. Ele está há mais de 45 anos na barraca, situada na esquina da Rui Barbosa com a Mato Grosso.

Além das raízes medicinais, Francisco vende sandálias de couro e os produtos de sua barraca vão de R$ 2 a R$ 30. O movimento fraco nas vendas pode ser comprovado em poucos minutos. “Olha só, vocês estão há 15 minutos aqui e ninguém parou se quer para perguntar o preço. Antigamente eu vendia raiz toda hora, hoje vou embora sem vender nada”, desabafa.

O vendedor ambulante que for encontrado sem licença ou ainda sem a renovação da documentação, está sujeito a multa e apreensão das mercadorias e dos equipamentos encontrados com ele. Equipes volantes da Semadur percorrem as ruas da Capital diariamente em busca de vendedoras que não respeitam à lei.

A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa da prefeitura para mais detalhes em relação a situação dos vendedores ambulante em Campo Grande, mas em razão do feriado do servidor municipal o retorno não foi possível.

Francisco vende raízes e sandálias de couro, mas renda não tem sido suficiente para sustentar a família (Foto: Marcelo Calazans)
Francisco vende raízes e sandálias de couro, mas renda não tem sido suficiente para sustentar a família (Foto: Marcelo Calazans)
Alguns vendedores se protegem como podem das variações do tempo (Foto: Marcelo Calazans)
Alguns vendedores se protegem como podem das variações do tempo (Foto: Marcelo Calazans)
Nos siga no Google Notícias