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Capital

Levantamento revela que 8 mil consomem drogas na Capital

Segundo diagnóstico, 1% da população da capital tem problemas com drogas e meta do plano é resgatar estas pessoas do vício

Carlos Martins | 27/03/2013 12:41
8% das pessoas consomem drogas nas ruas e 27% em terrenos baldios (Pedro Peralta/Arquivo)
8% das pessoas consomem drogas nas ruas e 27% em terrenos baldios (Pedro Peralta/Arquivo)

Levantamento realizado pela Secretaria de Saúde de Campo Grande apontou que pelo menos 8 mil pessoas, correspondente a 1% da população, são usuárias de drogas na Capital. Para enfrentar o problema, a Prefeitura lançou nesta quara-feira o Plano Municipal de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas.

O público alvo da ação está concentrado nos bairros Lajeado, Centro-Oeste e Los Ângeles, atingindo em torno de18 mil alunos que estudam em escolas municipais e estaduais da região do Anhanduizinho, considerada de maior vulnerabilidade, e com alta incidência de uso de drogas e de violência contra os jovens.

“Conversamos com a presidente Dilma em Brasília, que nos transmitiu a responsabilidade de capitanear esse esforço, que será modelo para o Brasil. Tanto a presidente como o ministro Alexandre Padilha (saúde), senadores e deputados federais, com quem eu conversei, assumiram o compromisso de serem parceiros de Campo Grande, buscando o melhor”, disse o prefeito Alcides Bernal, no lançamento do plano, no auditório da Escola Técnica do SUS, e que teve a participação de secretários municipais, de representantes do Conselho de Saúde e de setores da saúde (SUS e usuários). Na solenidade, também foram empossados 32 (16 titulares e 16 suplentes) novos membros do Conselho Municipal de Saúde para um mandato de dois anos.

O secretário de Educação, José Chadid, explicou que embora o foco seja direcionado para as regiões dos bairros Lajeado, Centro-Oeste e Los Angeles, principalmente com alunos das escolas daquela região, as ações são mais abrangentes. “Aquelas localidades são de maior vulnerabilidade, mas em todas as escolas já estão sendo desenvolvidos trabalhos por meio dos programas Saúde em Ação e do Proerd, da Polícia Militar”, disse o secretário.

Segundo o prefeito Alcides Bernal, a ação demonstra o compromisso de seu governo com a população. “Se esse número [8 mil] for multiplicado por quem usa drogas licitas, vai aumentar significativamente. Nossa administração tem o compromisso de resgatar estas pessoas através de ações integradas entre a Saúde, Educação e Assistência Social para, em parceria com o Governo Federal, implementar políticas e programas”, disse o prefeito, que também salientou a importância da atuação do conselho. “Em breve o conselho será visto com ações concretas nos bairros e ruas de nossa cidade”, complementou.

Prefeito Alcides Bernal fez o lançamento do Plano Municipal de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (Foto: Vanderlei Aparecido)
Prefeito Alcides Bernal fez o lançamento do Plano Municipal de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas (Foto: Vanderlei Aparecido)
Após o lançamento do plano foram empossados os 32 (titulares e suplentes) membros do Conselho Municipal de Saúde (Foto: Vanderlei Aparecido)
Após o lançamento do plano foram empossados os 32 (titulares e suplentes) membros do Conselho Municipal de Saúde (Foto: Vanderlei Aparecido)

Diagnóstico - O diagnóstico apresentado ao prefeito indica, ainda, que deste universo de 8 mil pessoas, 8% consomem droga nas ruas, 27% em terrenos baldios, 27% na casa de amigos, 30% na própria residência, e ainda 8% em locais variados, como hotéis e campos de futebol. “É a primeira iniciativa tomada em Campo Grande para enfrentar esse problema de forma integrada e por isso é importante o apoio de toda a sociedade”, disse o secretário de Saúde, Ivandro Correa da Fonseca.

Tendo como base as informações, foi estruturado o plano que tem o apoio do governo Federal, por meio do Ministério da Justiça, que em maio de 2010 lançou o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, e será parceiro na execução de programas e ações. Segundo o prefeito Alcides Bernal, as ações, que serão colocados em prática, e que preveem um seminário com palestras e workshops, visam resgatar as pessoas do vício, por intermédio de políticas públicas.

Conforme a Secretária de Ação Social, Thaís Helena, o plano terá uma rede de atenção e acolhimentos das pessoas vítimas de crack. Segundo ela, equipamentos, como o Cras (Centros de Referência de Assistência Social), Creas (Centros de Referência Especializados de Assistência Social) possuem condições de atender cerca de 47 mil pessoas e a meta é ampliar a capacidade de atendimento. “É possível vencer o crack com união e integração de secretarias, trabalhando firmemente na prevenção, assegurando o acesso a tratamento, e com o acompanhamento da família, fortalecendo os laços familiares”, explicou.

Lançado em maio de 2010 pelo governo Federal, o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas prevê a aplicação de R$ 4 bilhões até 2014. O dinheiro será investido em diversas ações de políticas públicas integradas, em diversos setores, como saúde, educação, assistência social e segurança pública. Estados e Municípios atuarão como parceiros assumindo o compromisso de oferecer apoio.

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