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Capital

Líder comunitário cobra paz em bairro violento de Campo Grande

Mariana Lopes | 15/03/2013 16:28
Audiência (Foto: Mariana Lopes)
Audiência (Foto: Mariana Lopes)

O presidente da Associação de Moradores do Parque do Sol, Celso Luiz de Paulo, cobrou, na manhã de hoje, durante a audiência pública sobre segurança, realizada na Câmara dos Vereadores, mais atenção da Polícia em relação à violência nos bairros da região, que abrange Dom Antônio Barbosa, Lageado, Los Angeles, Vespasiano Martins, Centenário e Aero Rancho.

No início desta semana, dois jovens foram vítimas de crimes com relação suspeita ao confronto entre as gangues do Dom Antônio e Parque do Sol, em Campo Grande. Adevaldo Goncalves de Almeida,de 22 anos, morreu domingo após ser baleado na rua Anselmo Selingardi. Já Henrique Fernandes da Silva, de 16 anos, morreu ao ser atingido na cabeça, e um amigo de 15 anos levou um tiro no quadril.

Depois destes dois fatos e ameaças de mais confrontos, a Polícia Militar intensificou o policiamento nos bairros. Mas o presidente da Associação de Moradores afirma que o clima de medo e pavor ainda impera.

“Estamos vivendo em situação de sítio, (a partir) das 9 horas da noite, não fica mais ninguém nas ruas, está todo mundo trancado em casa, com medo. Os pais também evitam levar os filhos até para a escola, preocupados com o que pode acontecer”, conta Celso.

Em contra partida, o comandante da Polícia Militar Metropolitana, coronel Ian Mazuy, disse que o policiamento está sendo feito e também cobrou mais participação popular. “Precisamos saber quem são as pessoas que estão ameaçando, quem tiver informações tem que denunciar, falar para a polícia”, enfatizou o comandante.

O superintendente de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, delegado André Matsushita Gonçalves, alertou sobre o dever dos cidadãos. “Segurança é um dever do Estado, mas é responsabilidade de todos, isso está na Constituição Federal”.

E esse foi o tom principal da audiência pública de hoje, presidida pelo vereador Otávio Trad (PMDB), com o objetivo de tratar principalmente dos roubos e arrastões ocorridos em Campo Grande.

Após apresentar números que comprovam a redução de roubos e homicídios na Capital, o delegado pontua ainda que o comportamento social tem que se adequar às novas realidades. “Campo Grande está crescendo e a violência também, as pessoas precisam se cuidar mais”, orientou.

Ele disse ainda sobre o mau uso das redes. “As pessoas se expõem muito no Facebook, contam suas rotinas, dá pistas para os bandidos”, alerta.

Sobre os moldes familiares, ele também criticou. “Às vezes volto para casa depois da aula, tarde da noite, e vejo crianças de 11 anos nas ruas. Depois acontece alguma coisa e a culpa é da Polícia, mas cadê os pais desses menores?”, critica.

Essa realidade é bem conhecida nos bairros Dom Antônio Barbosa e Parque do Sol, conforme relato do presidente da Associação de Moradores. “Adolescentes de 14 e 15 anos estão se armando e aterrorizando nos bairros, avisando que quem estiver sentado em frente de casa, vai levar bala”, conta Celso.

Sistema prisional – Dentro do contexto de segurança pública, o deputado federal Fábio Trad (PMDB), afirma que o problema está no sistema prisional brasileiro. “Nenhuma política pública vai vingar se não funcionar o sistema prisional, não é direito penal que vai resolver o problema criminal”, pontua.

Para ele, os presos precisam, além de punição severa, de estudo, trabalho, saúde e orientação religiosa.

“O sistema hoje é reprodutor de violência, o PCC foi criado dentro dos presídios, não nas ruas, por isso precisamos de um sistema para tentar transformar o meliante em cidadão”, comenta o parlamentar.

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