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Capital

Mãe chora assassinato brutal do filho que já tinha perdido para as drogas

Ricardo Campos Jr. e Juliana Brum | 02/10/2015 17:10
Quero ficar de frente com o responsável pela morte do meu filho e perguntar se ele tem mãe ou até mesmo filhos, diz mãe de Felipe (Foto: Fernando Antunes)
Quero ficar de frente com o responsável pela morte do meu filho e perguntar se ele tem mãe ou até mesmo filhos, diz mãe de Felipe (Foto: Fernando Antunes)

Morto a tiros durante a noite de ontem, Felipe Cardoso da Silva, 23 anos, vivia perambulando pelas ruas de Campo Grande há quatro anos, desde que se tornou usuário de drogas. Como ele não tinha amigos, apenas a família aguardava o corpo para velá-lo na tarde desta sexta-feira (2), formando um grupo de oito pessoas. A mãe dele, Lucilena Cardoso da Silva, 40 anos, não se conforma com o crime, cujos suspeitos são guardas municipais.

“Tentei tirá-lo da rua e interná-lo várias vezes, mas nunca aceitou, sempre fugia. Quero ficar de frente com o responsável pela morte do meu filho e perguntar se ele tem mãe ou até mesmo filhos”, diz a mulher.

Os familiares garantem que Felipe mantinha o vício pedindo dinheiro nos semáforos. O tio Astrogildo Cardoso da Silva, 56 anos, relata que já chegou a ajudar o sobrinho ao se deparar com ele na rua. “Eu dava dinheiro caso ele quisesse comer alguma coisa” conta. “Ele raramente ia à casa da mãe dele. De vez em quando, aparecia para tomar um banho, mas era muito raro”.

A prima de Felipe, Naiara da Silva Paranhos, 21 anos, lembra que o rapaz tinha uma vida normal até ser apresentado às drogas por um homem chamado Norton, que cobrava favores sexuais em troca dos entorpecentes e levou o jovem para morar com ele. “Antes ele ia à escola e não era dependente. Foi depois dessa companhia. Ele apanhava e era forçado a ficar na casa do cara. Disse que se ele fosse embora iria morrer nas ruas e nas drogas. Ninguém sabe onde esse homem está”, conta.

Crime - Próximo ao pé esquerdo da vítima foi localizada uma cápsula de pistola 480. Os suspeitos de participação no homicídio são os guardas municipais Emerson Pecorari da Silva, 32 anos, e Fábio Augusto Souza.

Conforme a Polícia Civil, durante levantamento no local de crime, a Polícia Militar conseguiu prender dois guardas municipais na região, que são acusados de envolvimento no caso. Um deles, Emerson, estava trabalhando e Fábio, de folga.

Porém, uma equipe de reportagem que também estava no bairro fazendo a cobertura do homicídio foi surpreendida quando uma pessoa jogou bilhete no veículo dizendo “foi a polícia que matou o Felipe”. O papel foi entregue ao delegado plantonista. Uma pistola Tauros 380 foi apreendida pelos investigadores.

A Guarda Municipal informou que vai se pronunciar depois de apurar o que aconteceu. O caso foi registrado como homicídio simples na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) da Vila Piratininga.

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