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Capital

Mãe de adolescente com leucemia faz apelo por doação de medula óssea

Mariana Lopes | 14/03/2012 15:23

“Eu fico no hospital e vejo pessoas morrendo, não quero que meu filho se torne uma estatística”, diz a mãe do garoto.

Victor Hugo luta contra o câncer desde os 11 anos
Victor Hugo luta contra o câncer desde os 11 anos

O desespero de Dirce Aparecida Coelho, 44 anos, que desde julho de 2009 luta contra a leucemia do filho de 14 anos, Victor Hugo Coelho Pereira, fez com que ela saísse por Campo Grande em campanha para conseguir doadores de medula óssea.

Dirce conta que Vitinho, como o garoto é chamado por ela, recebeu alta do hospital no dia 10 de novembro do ano passado, porém, ele não respondeu ao tratamento e em 20 de dezembro os sintomas da doença voltaram, quando então recomeçou toda a correria dela.

“Graças a Deus hoje ele está em casa, mas essa doença é muito traiçoeira e a qualquer momento Vitinho pode ter que voltar a ser internado”, explica Dirce. Na atual circunstância, o filho dela recebe tratamento paliativo para não aumentar as células cancerígenas e diminuir a dor.

O apelo de Dirce é por pessoas que possam preencher o cadastro para serem doadores de medula óssea. Embora ela tenha consciência de que isso não garante que Victor Hugo conseguirá o transplante, ela acredita que quanto mais pessoas se cadastrarem, mais chances ele tem de encontrar um doador.

“Estou correndo em primeiro lugar para o meu filho, mas se não for para ele, vai ser para outra pessoa que também precise”, desabafa Dirce.

Guerreira, Dirce em nenhum momento demonstra que falta de esperança na cura do filho. “Eu fico no hospital e vejo pessoas morrendo, não quero que meu filho se torne uma estatística”, diz.

Como doar – O primeiro passo para se tornar um doador de medula óssea é fazer um cadastro no Hemocentro em qualquer banco de sangue. Em Campo Grande, os locais credenciados para receber é a Santa Casa, Hospital Universitário, Hospital Regional e Hemosul.

Esse cadastro consiste em preencher uma ficha com os dados pessoais e coletar uma quantidade de sangue, que é enviado a um laboratório especializado para identificar as características genéticas do voluntário.

Os dados são inseridos em um banco nacional, formado por doadores e receptores, para saber se essas características são compatíveis com alguém que precise da doação.

Conforme explica a responsável pelo setor de medula óssea do Hemosul, Luceia Maria Fernandes da Silva, o Instituto Nacional de Sangue faz diariamente o cruzamento desses dados para saber se há alguém compatível, ou seja, com características idênticas ao da pessoa que irá receber a doação.

Caso haja a compatibilidade, então é feito uma bateria de exames no doador para verificar o estado de saúde dele. Estando apto para realizar a doação, o voluntário é encaminhado a um centro transplantador.

De acordo com Luceia, em Mato Grosso do Sul ainda não há um hospital cadastrado para esse tipo de procedimento, então o doador tem que ir para outro estado fazer o transplante, com todas as despesas pagas e direito a um acompanhante.

Transplante – Há dois tipos de procedimento para realizar o transplante da medula óssea, sendo a punsão óssea, que consiste na aspiração do tutano do osso da bacia, na qual o doador é submetido à anestesia geral, e filtração, quando o doador precisa tomar medicamento para estimular a presença das células produzidas pelo tutano no sangue, então é feita uma coleta desse material.

“Em qualquer um dos procedimentos é retirada uma quantidade que não faz falta ao doador e que o organismo repõe em 15 dias”, explica Luceia.

Números – No Banco de Dados Nacional há 2,5 milhões de doadores cadastrados, Embora este número pareça alto, Luceia aponta as estatísticas, que a cada 100 mil cadastrados no Brasil, é possível encontrar um que seja compatível.

No Mato Grosso do Sul, em 11 anos de trabalho, 103 pessoas foram cadastradas no banco nacional e 14 foram compatíveis e estavam em condição de doar.

No caso do Victor, Hugo, Luceia explica que não é possível as pessoas preencherem o cadastro especificadamente para ele, pois os dados dos doadores vão automaticamente para o banco nacional.

Porém, quanto maior o número de pessoas cadastradas, as chances de o adolescente encontrar alguém compatível aumentam.

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