Mãe pode ser coautora de tentativa de homícidio à criança de 13 anos

A mãe do menino de 13 anos que foi agredido pelo padrasto na madrugada de hoje (9) com um martelo pode ser acusada de coautoria no crime. Conforme o delegado da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), Paulo Lauretto, houve omissão e negligência por parte da mãe.

Em 2012, o Conselho Tutelar foi acionado, após a mãe e o filho serem violentados pelo homem e realizar um boletim de ocorrência, retirando o menino da guarda da mãe. Na época, de acordo com a conselheira tutelar Vânia Nogueira, com 11 anos, o garoto foi obrigado a passar a noite fora de casa e dormir na laje como castigo.

Segundo Loretto, eles estão investigando os motivos que levaram o menino a voltar para a casa da mãe e o porquê da mulher não se importar com o sumiço do filho durante a madrugada, após a tentativa de homicídio.

“Quando ela perguntou, o padrasto disse que o menino havia saído para rua e ela não foi atrás”, ressaltou o delegado.

Inicialmente, a mãe se revoltou com a atuação do Conselho Tutelar e defendeu o marido. Ela justificou que o filho “era danado”. No entanto, mais tarde, sob risco de ser indiciado por acobertar as agressões, ela apresentou nova versão em depoimento à Polícia Civil. A mulher disse que era agredida e só não denunciou o marido porque sofria ameaças.

O padrasto será indiciado por tentativa de homicídio. A família será acompanhada pelo conselho tutelar que irá encaminhar o menino para um abrigo. Os conselheiros vão analisar a situação e ver se o entregam, de novo, ao pai.