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Capital

Mãe que abandonou menino de 6 anos é procurada; ele comeu só manga por 5 dias

Paula Maciulevicius | 16/10/2012 10:40

A Depca (Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente) está procurando pela mulher que deixou o filho trancado dentro de casa, no bairro Concórdia, em meio ao lixo e comidas já apodrecidas. Por cinco dias o menino de 6 anos se alimentou apenas com mangas.

O caso veio à tona depois que vizinhos perceberam a criança sozinha e acionaram a Polícia Militar na manhã do último domingo. Depois de ir até o local, o Conselho Tutelar da região Sul informou ao Juizado de plantão sobre a situação e o menino foi acolhido em um abrigo.

A conselheira tutelar que atendeu a criança, Andréia Almeida Silva conta que quando a PM chegou na casa, o menino estava desorientado. “Ele não dizia coisa com coisa”. Na casa, os militares confirmaram que o menino comia manga há cinco dias e que ainda havia uma bacia com outras frutas e algumas comidas apodrecidas em meio a toda sujeira.

Equipes do Conselho Tutelar procurou documentos da criança, para saber o nome completo, quando localizou a carteira de trabalho da mãe. O que chama atenção no caso é que o menino mentiu a idade aos policiais, alegando ter 9 anos logo que começaram as perguntas e também o nome da mãe.

O único documento encontrado, a carteira de trabalho, tinha o nome de Maria de Fátima Ferreira. No entanto, a criança forneceu outro nome como o da mãe, mas confirmou que na fotografia “é a mamãe”, dizia.

Conforme o Conselho Tutelar, o filho não sabia dizer o que havia acontecido com a mulher e só repetia que a mãe tinha ido trabalhar. Na edícula onde a criança estava, de fora a aparência era de um local habitável. Porém, do portão para dentro já se via muito lixo e mato alto. Dentro, os vasos entupidos e tudo quanto é tipo de sujeira.

Ainda de acordo com a conselheira, o menino tinha sinais aparentes de abandono. Os cabelos tiveram de ser cortados por estarem muito compridos e sujos. Na casa só havia um colchão, geladeira, uma poltrona e um ar condicionado.

A criança estava muito quieta e parecia ter receio de falar. Em entrevista com a psicóloga do Conselho Tutelar, ele disse com naturalidade “não é a primeira vez tia, que eu fico sozinho” e em seguida disse que não queria falar mais.

Desde domingo a criança está num abrigo. O Conselho Tutelar registrou o caso na Depca e aguarda contato da mãe ou de familiares para decidir o destino da criança. “Era uma situação desumana. Se chegar um familiar que tem condições, vínculo com a criança e condições de cuidar mesmo, vamos verificar e ainda saber com a mãe o porquê de ele estar naquela situação”, comentou a conselheira.

Policiais fazem diligências para localizar a mãe que será ouvida junto das demais testemunhas, sobre o descaso com a criança.

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