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Capital

Mães são investigadas por "trocar" as filhas de 11 e 12 por comida e drogas

Aline Queiroz | 11/04/2011 08:39
Delegada investiga denúncias nos bairros Campo Nobre e Zé Pereira. (Arquivo)
Delegada investiga denúncias nos bairros Campo Nobre e Zé Pereira. (Arquivo)

A Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) investiga dois casos de mães suspeitas de “vender” as filhas para a prostituição.

As informações que chegaram à Polícia revelam que as meninas, de 11 e 12 anos, foram negociadas por droga, comida e presentes.

Elas já foram retiradas do poder das mães e estão em abrigos por questão de segurança. A mais nova está grávida de 6 meses e as investigações também vão apontar quem é o pai da criança.

O primeiro caso chegou ao conhecimento da Depca em 21 de março, quando uma menina de 12 anos foi encontrada em um barracão no Jardim Campo Nobre.

A mãe procurou a Polícia, disse que ela havia sido sequestrada e que estava em uma boca-de-fumo. Quando os policiais chegaram à casa descobriram outra história.

Ela disse que a mãe é usuária de drogas e havia obrigado a garota a manter relações sexuais com o vizinho de 52 anos. A mãe morava com o homem e, em troca de dinheiro e “estadia”, negociou a filha.

A garota alega que o abuso ocorre há um ano e que ele ameaçava deixar a mãe na rua, caso não aceitasse mais manter relação com ele.

De acordo com a delegada titular da Depca, Regina Mota, os indícios apontados pelas testemunhas, que serão preservadas, são suficientes. Os dois foram indiciados, ele por estupro de vulneável e favorecimento à prostituição, e, ela por favorecimento à prostituição.

Mais abuso - Dois dias depois, novo caso foi recebido pela delegacia. Denúncia anônima indicava ao Conselho Tutelar que uma garota de 11 anos era vítima de exploração sexual no Bairro Zé Pereira.

Quando o caso começou a ser investigado, foi descoberto que a menina está grávida de 6 meses e morava com um rapaz de 28 anos.

A menina revelou que em troca de “presentes” a mãe a levava para dormir com um homem de 60 anos, amigo da família.

Os dois casos não têm relação e são investigados em inquéritos policiais instaurados no mês passado pela Depca. A previsão é de que os casos sejam concluídos até o fim do mês.

No caso da menina gestante, os suspeitos não foram indiciados porque faltam algumas testemunhas para prestar depoimento.

Entretanto, a delegada ressalta: “serão indiciados”.

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