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Capital

Maioria dos celulares entra em prisões por cima dos muros, diz agência

Viviane Oliveira | 01/03/2016 12:56
Simulação mostra de que forma celulares são arremessados em presídio. (Foto: Fernando Antunes)
Simulação mostra de que forma celulares são arremessados em presídio. (Foto: Fernando Antunes)
Neste ano, 59% das apreensões foram no presídio de segurança máxima. (Foto: Fernando Antunes)
Neste ano, 59% das apreensões foram no presídio de segurança máxima. (Foto: Fernando Antunes)

Revistas, detector de metais e bloqueadores não impedem a entrada e nem o uso de celulares em presídios e, mesmo de dentro da cadeia, detentos de Mato Grosso do Sul têm comandado crimes como roubos, sequestros e até assassinatos. Conforme o diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), Ailton Stropa Garcia, a maioria dos aparelhos que entram em presídios é arremessada pela muralha.

Segundo o diretor, as penitenciárias foram construídas em áreas distantes do perímetro urbano, porém hoje muitas estão cercadas de casas, estabelecimentos comerciais e rodeados por rua. Este cenário facilita a ação de pessoas ligadas aos presos que arremessam celulares e drogas para dentro do presídio.

Esses objetos são recolhidos, pelo menos na maioria das vezes, por detentos que circulam durante o dia auxiliando na limpeza da unidade penal. Em Campo Grande, o complexo penitenciário, que abriga o presídio de segurança máxima, fica no Jardim Noroeste, inicialmente um bairro formado por famílias de presidiários.

Para evitar a entrada de objetos, são feitas revistas através do uso de esteiras e de detector de metais. “Estamos procurando adquirir escanner corporal, que vai melhorar a nossa performance neste tipo de revista. Nós temos várias tarefas nesta questão de evitar a comunicação do preso do interior dos presídios com o exterior”, afirma.

De acordo com Stropa, todos que entram na unidade passam por vistoria e vários celulares são encontrados antes de chegar às mãos do preso. No ano passado, o número de celulares apreendidos foi de 2.473 aparelhos, o que significa aumento de 67%, se comparado com o mesmo período de 2014, quando foram 1.474 apreensões. Este ano, de janeiro até o dia 17 de fevereiro, foram localizados 335 celulares, só na máxima foram 199, o que significa 59% das apreensões.

“Como sabemos que não somos 100% eficientes para conseguir pegar todos os celulares que são arremessados pelas muralhas, então trabalhamos, com bloqueador de sinal de telefonia móvel, que também não é 100%, porque tem pontos de sombra e a tecnologia evolui muito mais rápido do que o sistema de bloqueador”, explica.

O aparelho, gerenciado pela empresa Compnet, atua no bloqueio de ligações de celulares e de mensagens SMS, mas não bloqueia os sinais de internet. O diretor afirma que a Agepen também possui uma gerência de inteligência, que monitora redes social de presos e tem ligações com outras forças, como Polícia Federal, Civil, Militar e Exército. Também são realizados pentes finos pelos servidores e Batalhão de Choque da PM.

Apreensão - Em 2015, foram apreendidos 140 armas artesanias, 114 quilos de maconha, 12 comprimidos de ecstasy, 65 gramas de pasta base e 17 pedras de haxixe. Também foram apreendidos 3.297 chips de celulares, o que significa 159% a mais que no ano passado, quando foram 1.270.

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