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Capital

Mais violentos, bandidos agem sob efeito de drogas, alerta delegado

Renan Nucci | 01/11/2014 09:42
Fábio Peró, delegado da Derf, diz que além de não reagir, vítima deve evitar contato visual direto com o bandido, principalmente se suspeitar que ele está sob efeito de drogas. (Foto: Marcelo Calazans)
Fábio Peró, delegado da Derf, diz que além de não reagir, vítima deve evitar contato visual direto com o bandido, principalmente se suspeitar que ele está sob efeito de drogas. (Foto: Marcelo Calazans)

Somente no mês passado, três pessoas foram baleadas e ficaram à beira da morte após reagirem a assaltos em Campo Grande. Diante deste cenário preocupante, o delegado Fábio Peró, da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos) da Capital, alerta que muitos dos criminosos agem sob efeito de drogas, e por isso, não hesitam em atentar contra a vida da vítima que esboce qualquer tipo de reação.

Segundo Peró, o tráfico de entorpecentes é o principal responsável por crimes como roubos. “Muitos usuários acabam roubando para alimentar o vício. Praticamente todo objeto tomado, seja em roubo ou em furto, acaba usado como moeda de troca em bocas de fumo”, explicou o delegado da Derf, reforçando que a polícia tem atuado para reprimir os responsáveis, mas que a comunidade precisa se precaver.

“A pessoa que for abordada por um criminoso não deve reagir jamais, sendo submissa, obedecendo as ordens e evitando olhar diretamente no olho do indíviduo”, explica. Ele lembra ainda que o latrocínio é o caminho menos procurado pelos assaltantes, principalmente por causa da pena alta, mas que, devido ao efeito de entorpecentes, eles acabam atacando as vítimas deliberadamente. “Na 'fissura' por causa da droga, atiram por qualquer motivo”, completa.

Ataques – No dia 1º de outubro, um adolescente de 16 anos foi baleado durante a madrugada ao reagir a um assalto no terminal de ônibus General Osório. Por volta das 4h, ele saiu para pedir informação em um ponto de mototáxi próximo, quando foi abordado por um homem armado. O jovem foi obrigado a tirar a roupa. Ele se despiu, mas tentou reagir e foi atingido por um tiro, sendo socorrido e levado ao Pronto Socorro.

No dia 7, um estudante de 19 anos se feriu ao se recusar a entregar um celular para um adolescente na Rua da Divisão, no Jardim Parati. Ele estava em um ponto de ônibus, quando o menor apareceu e anunciou o assalto. Como o estudante não quis ceder, foi baleado. Ele foi socorrido e levado para UTI (Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa), com a bala alojada no peito. Submetido a uma cirurgia, recebeu alta há poucos dias.

O caso mais recente foi da comerciante Neide Batista do Santos, 50 anos, ocorrido na noite de segunda-feira (27). A mulher foi baleada na frente do marido e da filha, no momento em que chegava ao restaurante o qual é proprietária, na Vila Ipiranga. Um homem armado se aproximou de moto e anunciou o roubo, pedindo a bolsa. Neide não quis dar o objeto e foi baleada no abdômen. Em seguida o autor fugiu com um comparsa.

A comerciante foi submetida a uma cirurgia de seis horas no Hospital Universitário. O projétil ficou alojado no corpo e durante o disparo, atingiu o pulmão, estômago e fígado dela, causando sangramento. Neide está na UTI, ainda em observação. Segundo a irmã, Aparecida Batista dos Santos, mais de 20 pessoas compareceram para doar sangue tipo O Negativo, que ela precisava. “Estamos gratos por todas as pessoas que foram solidárias e nos ajudaram de alguma forma”, disse.

Ela afirma que a família está assustada com o que aconteceu, e teme represália, já que o autor não identificado. Apesar do medo, a rotina no restaurante de Neide segue normalmente. “Ela trabalha com Buffet e todos os compromissos que haviam sido feitos antes do crime estão sendo honrados. A família está unida e estamos nos revezando na administração do restaurante enquanto ela não chega”, disse ela, reforçando que vão contratar um detetive particular. “Temos que encontrar o culpado de alguma maneira”, reforçou.

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