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Capital

Manifestantes acendem velas e pregam cruzes em frente a Famasul

Renata Volpe Haddad e Mariana Rodrigues | 03/09/2015 18:00
Manifestantes acenderam 300 velas e encenaram o velório de Semião. (Foto: Mariana Rodrigues)
Manifestantes acenderam 300 velas e encenaram o velório de Semião. (Foto: Mariana Rodrigues)

Protestantes acenderam 300 velas, pregaram cartazes e várias cruzes em frente a Famasul (Federação de Agricultura de Mato Grosso do Sul), na tarde de hoje. Com carro de som, cerca de 100 pessoas, carregaram um caixão, e fizeram a encenação de um velório, para lembrar Semião Vilhalva, 24, indígena morto com um tiro na cabeça.

O ato aconteceu para pedir respeito as entidades ruralistas e chamar a atenção do Governo Estadual e Federal. Os manifestantes fazem parte do MST, CUT, TPT, CTV, Juventude do PSOL e alguns eram estudantes da UFMS.

A quantidade de velas que foram acesas, corresponde aos 300 indígenas mortos em confrontos, segundo eles alegam. Durante o percurso, que saiu da Praça das Águas e passou pela avenida Afonso Pena, os protestantes gritavam por demarcação da terra, sem violência, a favor da justiça e contra a violência de produtores com índios.

Antes de ir embora, os protestantes encenaram o velório de Semião, rezaram o Pai Nosso, deixaram o caixão em frente Famasul e se dispersaram. Os funcionários da federação, começaram a retirar os cartazes, velas e as cruzes, mas foram orientados pela Polícia Militar, que foi acionada para fazer a segurança, a não mexer no caixão, pois poderia ser motivo de confronto.

Cruzes foram pregadas em forma de protesto. (Foto: Mariana Rodrigues)
Cruzes foram pregadas em forma de protesto. (Foto: Mariana Rodrigues)

De acordo com um dos manifestantes o indígena Ukurió Terena, 22, morador da aldeia Buriti, o protesto dá voz aos indígenas. "Esse tipo de ação ajuda as entidades a abraçarem a causa e também a chamar a atenção dos governos", comentou.

Um dos organizadores do protesto, Rogério Batalha Rocha, advogado e membro do CTV (Coletivo Terra Vermelha), a ação é para chamar a atenção da organização ruralista, pois de alguma forma, eles têm responsabilidades. "A culpa não é só do governo, essas organizações propagam informações falsas dos povos indígenas, temos que cobrar das entidades, e foi o que fizemos hoje com a Famasul", explicou.

A Famasul foi procurada, mas não quis se manifestar.

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