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Capital

Mansão para alugar tem água parada, rato e até urubu, dizem vizinhos

Imobiliária garante que fez vistoria e que não encontrou motivos para moradores da região se preocuparem

Bianca Bianchi | 28/01/2016 17:57
Água parada preocupa moradores da região (Foto: Marcos Ermínio)
Água parada preocupa moradores da região (Foto: Marcos Ermínio)

Com a placa de "aluga-se" pendurada no portão há mais de um ano, um sobrado localizado no número 746 da Rua da Paz, bairro Jardim dos Estados, tem tirado o sossego dos vizinhos. Eles desconfiam que a casa tenha focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, febre chikungunya e zika. A imobiliária responsável pelo imóvel, no entanto, declarou que não encontrou focos do mosquito.

Localizada em uma das regiões mais nobres da cidade, o imóvel é de alto padrão, possui três salas, quatro suítes com closet, garagem para 4 carros e piscina. E é justamente ela o motivo principal de preocupação.

Servidores do TCU (Tribunal de Contas da União), localizado ao lado do imóvel, se dizem "apavorados". "Nós estamos todos com medo de ficar aqui, expostos desse jeito. Cuidamos do nosso espaço, não deixamos acumular água, jogamos água sanitária em tudo, mas, a casa fechada não nos deixa tranquilos", comentou uma servidora que não quis ser identificada.

A reportagem esteve no loca, na tarde desta quinta-feira (28). Do estacionamento do tribunal, é possível ver uma piscina com água e sujeira acumuladas.

Imóvel está fechado há mais de um ano (Foto: Marcos Ermínio)
Imóvel está fechado há mais de um ano (Foto: Marcos Ermínio)

Uma dentista de 51 anos, moradora da vizinhança que também não quis ser identificada, diz que, das 5 pessoas que moram na sua casa, duas estão com zika vírus. Além dos riscos que o Aedes aegypti traz, ela conta que recentemente encontrou pombos, ratos e até urubus no quintal.

"Essa casa está abandonada, moro aqui há 39 anos e nunca teve nada disso. Penso que é um caso que o Poder Público tem que cuidar sim, mas a consciência é de cada cidadão. É questão de educação", opina.

Uma outra vizinha, que também pediu anonimato, dona de casa de 69 anos, moradora do bairro há 36, diz que dias antes do Natal do ano passado entrou em contato com a Prefeitura para denunciar a situação, mas foi informada que a inspeção demoraria de 20 a 30 dias para acontecer. "Até agora, nada foi feito e isso me preocupa", desabafa.

De acordo com a imobiliária Humberto Canale Jr., responsável pelo aluguel da casa, a empresa realiza vistorias constantes nos imóveis. Segundo a mesma fonte, não foram encontrados foco do mosquito ou a presença de outros animais no terreno. A empresa ainda garante que a água que está na piscina foi tratada com cloro.

Foi o segundo caso, no mesmo dia, em que a reportagem foi acionada por conta de imóveis abandonados ou fechados em área nobre de Campo Grande. Em outra mansão, em fase de demolição, na Rua Goiás, além do risco da dengue, moradores ainda reclamam que o espaço estaria servindo para usuários de drogas.

Apesar de aparência suja, água estaria tratada, segundo imobiliária (Foto: Marcos Ermínio)
Apesar de aparência suja, água estaria tratada, segundo imobiliária (Foto: Marcos Ermínio)
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