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Capital

Maratona no breu: escuridão toma conta de avenidas do Parque dos Poderes

Paula Maciulevicius | 08/11/2011 21:30

Mesmo com imponentes postes em determinados trechos, a iluminação fica somente por conta dos prédios públicos

Casal que caminha pela 1ª vez no Parque se espanta e questiona se o local é sempre assim. (Foto: João Garrigó)
Casal que caminha pela 1ª vez no Parque se espanta e questiona se o local é sempre assim. (Foto: João Garrigó)

Caminhar, correr ou andar de bicicleta no Parque dos Poderes em Campo Grande já não é a mesma coisa de uns dias para cá. A escuridão tomou conta do lugar e ao cair da noite o perigo fica ainda mais à vista. O breu pode esconder ciladas no asfalto, representa risco de atropelamentos e pode e servir de reforço para ação dos assaltantes.

Mesmo com imponentes postes em determinados trechos, a iluminação fica somente por conta dos prédios públicos, como é o caso da Secretária de Obras, na avenida Desembargador José Nunes da Costa, logo após a primeira lombada.

Em uma parte que corresponde a 800 metros é quase impossível enxergar o que está logo à frente. Quem está no sentido oposto da secretaria não chega nem a ver que ali existe um resquício de iluminação.

O casal e Rafael Farias, de 20 anos, Rosivani Guedes, de 28, veio de Cuiabá e caminhava no Parque pela primeira vez.

“Eu estava pensando isso mesmo antes de vocês chegarem, é perigoso e os ladrões sabem que tem gente por aqui e podem aproveitar. Chega a assustar mesmo, será que é sempre assim?” pergunta Rosivani.

Além do receio de assalto a escuridão traz aos frequentadores do Parque também o medo de se machucar. Foi exatamente o que aconteceu com o professor de Geografia André Rocha, de 35 anos. Depois de torcer o pé ele teve de ficar “de molho” em casa, justamente pela falta de iluminação.

De longe, o grupo pediu para que falasse da luz, ou melhor da falta dela. (Foto: João Garrigó)
De longe, o grupo pediu para que falasse da luz, ou melhor da falta dela. (Foto: João Garrigó)
Professor de Geografia se machucou ao passar por trecho sem iluminação. (Foto: João Garrigó)
Professor de Geografia se machucou ao passar por trecho sem iluminação. (Foto: João Garrigó)

“Esses últimos dias por causa desse escuro eu torci o pé. Isso prejudica pode dar uma lesão ou até trazer algo pior”, fala.

O breu não fica restrito à Secretaria de Obras, está próximo também à Assembleia Legislativa, Tribunal Regional Eleitoral, Governadoria e nas duas rotatórias, de acesso à Polícia Militar e na saída para Três Lagoas.

E por conta da escuridão é que a comerciante Marisa Lopes, de 32 anos, não corre sozinha. A companhia virou acessório de corrida e medida de precaução. “Tem ficado escuro aqui e lá, as luzes todas apagadas e com as calçadas quebradas, correr por aqui só com eles”, aponta para o irmão e o sobrinho.

Nem o flash da câmera do fotógrafo João Garrigó consegue mostrar que ali é um ciclista pedalando em meio ao breu.
Nem o flash da câmera do fotógrafo João Garrigó consegue mostrar que ali é um ciclista pedalando em meio ao breu.

Na entrada da avenida Mato Grosso a auxiliar de administração Irene Bastiani, de 50 anos, já se preparava para ir embora. A corrida começa e termina ali, ponto que ainda tem iluminação e é a melhor opção para deixar o carro.

“Eu venho de lá correndo, olho para trás e vejo que não tem ninguém, mas escuro assim aí que você corre a toda”, exemplifica. Do pedaço já citado na reportagem, próximo a Secretaria de Obras ela afirma que a escuro já dura quatro dias.

A escuridão não incomoda só quem corre ou caminha, mas os ciclistas de longe observam “falta da luz”, “coloca isso aí na reportagem, olha esse breo”, “e essa escuridão?”, gritam um grupo de ciclistas que subia o Parque.

Para pedalar ali é mais do que obrigatório ter luz na bicicleta, se tornou identificação em meio ao breu.

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