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Capital

Maternidade aponta doença rara como causa da morte de gestante em parto

Ricardo Campos Jr. | 04/03/2011 13:47

Hospital teve acesso a laudo de médicos legistas e patologistas

Diretoria clínica da maternidade trata o caso como acidente e garante que não houve ero médico. (Foto: Simão Nogueira)
Diretoria clínica da maternidade trata o caso como acidente e garante que não houve ero médico. (Foto: Simão Nogueira)

Laudo emitido por médicos legistas e patologistas, encaminhado à Maternidade Cândido Mariano, aponta uma doença rara como causa das complicações que levaram à morte a gestante Roseleide Leite da Silva, 32 anos, durante uma cesariana. De acordo com a diretoria clínica do hospital, durante coletiva realizada nesta manhã, o nome do problema e características dele não serão divulgados por causa de questões éticas.

O diretor clínico do hospital Benedito Neto relatou que durante a cirurgia o anestesista notou anormalidades e acionou a equipe, que segundo ele fez todas as manobras possíveis para tentar reverter o quadro.

Antes do relatório, de acordo com Benedito, nem os profissionais que atenderam a gestante sabiam o motivo de tais sintomas.

“Não posso revelar dados da necropsia, mas posso afirmar que ocorreu um acidente em função da gravidez”, disse. “Não houve erro médico nessa situação ocorrida”.

Sem detalhar o caso, o diretor clínico explicou que, após o resultado, consultou livros médicos sobre a doença e disse que ela não aparece nos exames pré-natais. “Foi a primeira vez em 21 anos de profissão”, disse o médico sobre o caso.

Em contato com profissionais mais antigos, Benedito disse ter recebido informação que o caso de Roseleide pode ter sido o 2º identificado em Campo Grande.

“Existem várias complicações. Algumas delas só ocorrem no parto”, explica Benedito.

O médico afirmou ainda que as chances da gestante com essa doença, mesmo a equipe tendo o conhecimento, são nulas. “Essa complicação na literatura tem índice de perda de 100%”.

Ao ser questionado a respeito de possível demora no parto, que de acordo com a família de Roseleide deveria ter ocorrido dias antes, Benedito afirma: “Não existe nada por parte da pediatria que mostre o famoso ‘passou da hora’”.

Ainda segundo o médico, os problemas que a criança apresentou não são relacionados à doença da mãe, mas também não divulgou dados sobre o diagnóstico da criança.

Benedito trata o caso como acidente e, mesmo sem divulgar dados sobre a doença, fala para que as futuras mães não fiquem preocupadas porque o caso de Roseleide é “extremamente raro”.

“Não há necessidade de pânico”, concluiu o diretor clínico.

Benedito afirmou que a família da gestante recebeu cópia do laudo e foi convidada a comparecer à maternidade durante a manhã para esclarecimentos. Entretanto, ninguém apareceu.

Morte - A gestante foi à maternidade acompanhada pela amiga Adriana Evangelista, 26 anos. Antes de seguir para o centro cirúrgico, tirou fotos com o próprio celular, já com as roupas apropriadas para a operação, e ligou para o marido.

Adriana relata que a gestante deu entrada às 7 horas e às 8h45 foi para o centro cirúrgico. Até as 13h30, horário que segundo Adriana recebeu orientação para chamar os familiares por conta de um imprevisto, nenhuma informação foi repassada.

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