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Capital

Médicos acreditam que medicamento pode ter sido a causa das três mortes

Renan Nucci | 06/08/2014 08:56
Médico José Maria Ascenço deixa a 1ª DP ao lado do advogado Felipe Barbosa. (Foto: Marcelo Victor)
Médico José Maria Ascenço deixa a 1ª DP ao lado do advogado Felipe Barbosa. (Foto: Marcelo Victor)

Os médicos José Maria Ascenço e Henrique Guessler Ascenço acreditam que o medicamento Fluorouracil (5-FU) é o responsável pelas mortes das três mulheres que faziam quimioterapia na Santa Casa de Campo Grande. Essa versão foi apresentada por eles em depoimento à Polícia Civil.

Na sexta-feira (1°), eles prestaram depoimento durante quase cinco horas à delegada Ana Cláudia Medina, na 1ª Delegacia de Polícia. De acordo com ela, na ocasião, eles disseram que a principal suspeita seria o fármaco. "Eles nos informaram esta suspeita já que até então, não haviam detectado irregularidades na administração do produto", disse Medina.

Carmen Insfran Bernard, 48 anos, Norotilde Araújo Greco, 72 anos, e Maria Glória Guimarães, 61 anos, foram submetidas a sessões de quimioterapia em junho. No decorrer do tratamento elas apresentaram reações adversas, o que seria comum, segundo os médicos.

No entanto, o quadro clínico das três piorou significativamente, e elas acabaram morrendo entre os dias 10 e 12 do mês passado. José Maria e Henrique prestaram atendimento às vítimas, mas não compreenderam o porquê dos graves sintomas tais como, dores abdominais, feridas na boca, vômitos, diarreia e dificuldades para ingestão de alimentos.

Margarida Isabel de Oliveira, 70 anos, apresentou estes sintomas, mas se recuperou. Outras 41 pessoas haviam recebido o mesmo tratamentos de Carmen, Norotilde e Maria Glória, mas não tiveram efeitos colaterais. Além do Fluorouracil, as mulheres também receberam doses do Lelcovorin (ácido folínico que potencializa os efeitos do primeiro).

Os lotes do medicamento foram suspensos pela Santa Casa. O laboratório fabricante tem sede na Índia e autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importado ao Brasil. A delegada disse que considera as hipóteses dos médicos, mas que aguarda resultados de exames que possam auxiliar nas investigações.

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