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Capital

Menor que dirigia carro que capotou é indiciado por homicídio e 5 tentativas

Ana Paula Carvalho e Paula Maciulevicius | 12/12/2011 18:29
Garrafas de cerveja foram encontradas perto do carro. (Foto: Fernando da Mata)
Garrafas de cerveja foram encontradas perto do carro. (Foto: Fernando da Mata)

O adolescente de 15 anos que dirigia o Honda City que capotou na tarde do dia 19 de novembro, na saída para Três Lagoas, matando José Menegat Tavares Manzione, de 15 anos, foi indiciado por homicídio doloso, porque, segundo a delegada, assumiu o risco ao dirigir o veículo em alta velocidade e embriagado.

Ele também foi indiciado por mais cinco tentativas de homicídio contra os outros adolescentes que também estavam no carro no momento do acidente. Um deles continua internado em estado grave no CTI da Santa Casa.

Ainda de acordo com a delegada, durante as investigações ficou comprovada a velocidade excessiva. Alguns dos envolvidos no acidente relataram que o carro estava aproximadamente 160 km/h e que o condutor tinha ingerido bebida alcoólica. A velocidade máxima da via é de 60 km/h.

Os pais do menino que dirigia o carro foram indiciados por omissão de cautela. A delegada afirma, que por mais que o carro estivesse no nome de Marisa Pacheco Ferreira, de 43 anos, mãe do adolescente, o pai, José Bernardo Pereira, de 48 anos, também foi indiciado porque também é proprietário do veículo e porque também cabe a ele a guarda do filho.

Segundo a delegada, o artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente diz que “os pais têm obrigação de cuidar e educar os filhos em todos os aspectos”. A omissão de cautela indica que eles podem ter negligenciado isso.

“O que eles fizeram pode ser comparado com entregar uma arma de fogo ao filho”, diz Maria de Lourdes. Ainda de acordo com ela, o inquérito foi encerrado.

Indiciados - Roberto Wagner da Costa, proprietário da casa onde os meninos estavam fazendo churrasco antes do acidente, foi indiciado por fornecimento de bebida alcoólica para menores de idade, porque apesar de não estar em casa quando os meninos chegaram, era o responsável por todos os menores.

De acordo com a delegada, ele foi omisso, porque tinha conhecimento do churrasco e depois que chegou não impediu o consumo de bebida. “De acordo com a lei, pra a existência do crime, basta a ação ou a omissão do responsável”, afirma a delegada.

Ainda segundo ela, quando os adolescentes chegaram, já havia bebida alcoólica no local.

No dia 20 de novembro, Roberto chegou a dar entrevista ao Campo Grande News, na Santa Casa de Campo Grande, e afirmou que “a festa não era regada a álcool e que eles (adolescentes) estavam tomando refrigerante e fazendo churrasco na beira da piscina”. No dia, a opção do jornal foi por não divulgar o nome dele, para preservar a identidade do filho, um adolescente de 16 anos, que também estava no veículo e continua internado na Santa Casa, no CTI 2 (Centro de Terapia Intensivo).

Já o proprietário da conveniência, Ricardo Martins, de 28 anos, onde os meninos passaram para comprar cervejas antes do capotar o carro, foi indiciado por vender bebia alcoólica para menores, mesmo não tendo sido ele quem atendeu os meninos.

De acordo com a delegada, ele foi indiciado porque estava presente no momento e automaticamente deu o aval para a venda. Se ele não estivesse no local, tanto ele, quanto a vendedora seriam indiciados.

Segundo o advogado do Ricardo, Walmir Deborto, o próximo passo “é aguardar o posicionamento do Ministério Público”.

O proprietário da conveniência afirmou à equipe de reportagem, que desde o acidente, eles estão pedindo documentos que comprovem a maioridade dos clientes. “Agora estamos pedindo a identidade de todo mundo que entra na conveniência. Alguns já ficaram bravos. A gente acaba perdendo venda, mas fazer o que”, diz.

De acordo com a delegada, mais pessoas devem ser indiciadas nos próximos dias.

Acidente - Os adolescentes eram passageiros do veículo Honda City, conduzido por um menino de 15 anos. Ele perdeu o controle do carro ao tentar fazer uma curva na avenida Ministro João Arinos, saída para Três Lagoas, bateu em uma árvore e capotou várias vezes. No veículo estavam sete meninos.

Todos foram arremessados para fora do carro. José Eduardo morreu na hora. Os outros foram encaminhados para o hospital. No local do acidente foram encontradas, aproximadamente, cinco garrafas de cerveja. Segundo o Corpo de Bombeiros, todos os ocupantes estavam sem cinto de segurança.

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