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Capital

Mesmo controlado, incêndio no Jardins do Jatobá ainda chamava atenção na avenida Afonso Pena

Paula Maciulevicius | 14/07/2011 21:27

Moradores ainda aguardam avaliação para subir na torre que pegou fogo

População parou para ver o trabalho dos bombeiros (Foto: Pedro Peralta)
População parou para ver o trabalho dos bombeiros (Foto: Pedro Peralta)

Mesmo depois de controlado, o incêndio no 17º andar de uma das torres do condomínio Jardins do Jatobá na avenida Afonso Pena ainda chamava a atenção. A aglomeração de moradores e pessoas que passavam pela região foi maior e durou bem mais que as chamas.

O momento de pânico dos condôminos durou mais de uma hora. No cenário, ainda de fogo, que durou cerca de meia hora, o que mais se via eram celulares tocando, pessoas chorando, desespero de quem via as chamas se aproximarem de casa.

A proximidade com a tecnologia parecia deixar a proporção ainda maior. Fotos, vídeos e ligações nos celulares a todo momento. O que mais se ouvia eram as respostas dos moradores de que realmente o prédio pegou fogo, notícia que já podia ser lida pela internet.

O empresário Flávio Pereira foi um dos primeiros a ver, morador do andar debaixo do que pegou fogo, ele conta que antes mesmo de começarem as chamas, o estalo da explosão já deixou todos da casa em alerta.

“Eu escutei o barulho do estouro e em seguida começou o fogo pela janela. Era como se fosse uma panela de pressão estourando, mas bem mais forte”, conta.

A notícia de que não tinha ninguém no apartamento tranquilizou em parte, os moradores. A família dona da casa estava chegando ao prédio.

A advogada Lia Galezi, relata em meio a ligações no celular a preocupação dos conhecidos “todo mundo quer saber, todo mundo num desespero”.

A moradora Daiene Barbosa Rodrigues, em prantos andava de uma lado para o outro. A informação de que o prédio estava pegando fogo veio de uma ligação no celular. Ela conta que estava dirigindo, “aí disseram o seu prédio está pegando fogo, tem chama saindo para fora”.

Com o trânsito já interditado, a demora para chegar e saber o que estava acontecendo agonizou ainda mais. Ela e o marido moram no apartamento acima do que teve o quarto incendiado. O verdadeiro pânico não era com os bens materiais e sim a cadelinha shinauzer que estava trancada em casa.

A tranquilidade só apareceu meia hora depois, quando um dos bombeiros entrou no apartamento e trouxe a notícia de que, embora agressiva, a filhotinha do casal estava a salvo.

“Você passa mal e o desespero de olhar e ver seu apartamento todo em chamas”, descreve um pouco do drama a moradora Daiene.

Depois que já estavam lá embaixo, o desespero dos moradores, era de quem estava na sacada. Os gritos de “desce, desce, está pegando fogo!” tentavam convencer quem acreditava que se tratava de um alarme falso.

Ontem o alarme já tinha soado, mas não era fogo realmente e hoje de novo, todos perguntavam de se era mesmo um incêndio, descreve uma das moradoras.

Quando soou o alarme, os moradores desceram pelas escadas. O elevador foi desligado, assim como toda parte elétrica. Muitos sem sentir o cheiro da fumaça só acreditaram mesmo, quando viram partes da janela e da caixa do ar condicionado caindo ao chão, ainda em chamas.

“Eu passei com a bolsa na cabeça”, comenta uma das moradoras.

Com o incêndio devidamente controlado e a saída de algumas das viaturas que atendiam a ocorrência, o coronel do Corpo de Bombeiros, Joilson de Paula pediu paciência aos moradores. Quem habita as torres das pontas já podia subir. A do meio, atingida pelo fogo, ainda manteve os moradores lá embaixo.

Com a cabeça um pouco menos quente, a reunião do condôminos levou a um assunto que deve virar pauta formal na assembleia: a necessidade de estarem preparados para lidar com um incêndio. “Precisa ter um treinamento, o que é e o que não é um incêndio e como fazer”, ressalta o morador Mário Borges.

Em uma breve reunião para explicar o acontecido, o coronel disse que graças à rapidez com que a ligação pedindo socorro foi feita, as chamas puderam ser controladas. O ar-condicionado não estava ligado e provavelmente um curto circuito causou o incêndio.

O Corpo de Bombeiros reforçou ainda que as pessoas sempre acionem a corporação e não tente apagar as chamas. A situação aconteceu hoje, quando cerca de cinco moradores tentaram, com um extintor sanar o fogo.

“No caso, às vezes as pessoas morrem não é pelo fogo e sim pela fumaça. Ao tentar apagar as chamas, acabam inalando”, explica.

Neste momento uma equipe da engenharia da Plaenge, empresa construtora, faz uma vistoria nos apartamentos do 16º, 17º e 18º, para então autorizarem a entrada dos moradores.

Ainda será feita perícia para apurar exatamente quais foram as causas do acidente. Ao que parece, foi curto-circuito no ar condicionado.

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