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Capital

‘Morador’ de canteiro na Afonso Pena diz que foi enganado e perde mudança

Vinícius Squinelo e Viviane Oliveira | 12/08/2013 19:56
Felipe diz que não sabe para onde levaram a mudança (foto: Marcos Ermínio)
Felipe diz que não sabe para onde levaram a mudança (foto: Marcos Ermínio)

Felipe Galarza, 57 anos, que se “mudou”para o canteiro da avenida Afonso Pena, denunciou que foi enganado e que sumiram com sua mudança. Agora, ele vaga pelas ruas de Campo Grande com apenas uma mochila e uma pasta de documentos.

“Vieram aqui, dois carros e um caminhão da Secretaria de Assistência Social, e começaram a carregar minha mudança, nem me disseram nada”, afirmou Felipe, ainda sem saber o que fazer no canteiro próximo do Camelódromo.

Mesmo sem ser informado de nada, Felipe garante que ouviu os servidores falarem que levariam a mudança para o Cetremi (Centro de Triagem e Apoio ao Migrante), mas nada foi confirmado.

Felipe diz não querer ir para o Cetremi, e que buscou uma vaga no Cedami (Centro de Apoio ao migrante), o antigo albergue. O problema é que ele só pode dormir lá por três dias, e garante não ter nenhum dinheiro no bolso.

Outra versão – Em nota oficial, a Prefeitura de Campo Grande informou que, por meio da SAS, o usuário foi atendido pelo serviço especializado em abordagem social hoje e recebeu orientação, apoio e oferta de serviço de acolhimento temporário. “Sr. Felipe foi resistente ao acolhimento, oferta de emprego, pois de acordo com ele não ‘pode trabalhar’ porque isso o impediria de receber a casa própria, informação que não procede”, afirma a nota.

Ainda segundo a prefeitura, após inúmeras tentativas de orientações, Felipe aceitou ser acolhido em uma instituição não governamental, nesse período receberá atendimento psicossocial para acesso ao serviços, programas e projetos disponíveis para pessoas em situação de rua. Será feito pela equipe técnica responsável a intervenção para tentativa de resgate dos vínculos familiares que se encontram fragilizados e encaminhamento ao mercado de trabalho.

O usuário será cadastrado no Cadastro único de programas sociais, condicionalidade para o beneficio da habitação popular, segundo a nota oficial da prefeitura.

"Sobre o recebimento da casa na EMHA, trata-se de informação pertinente à política de habitação, não sendo essa secretaria responsável pelas informações. Nesse sentido, Felipe será orientado a se cadastrar na EHMA ou se já tiver cadastro, renovar seu cadastramento", finaliza a nota.

Propostas – Quase dois dias após “mudar” para a avenida Afonso Pena, no canteiro central próximo ao Camelódromo, Felipe Reys Galarza, diz que recebeu a primeira proposta de emprego e moradia. Porém diz que só aceitará após uma resposta da prefeitura.

“O Sindicato dos Metalúrgicos, do qual já trabalhei em carteira assinada há muito tempo, me ofereceu um emprego e um quarto para morar, nos fundos da empresa. Pretendo dar a resposta a eles até o final do dia, principalmente porque uma assistente social da prefeitura esteve aqui hoje de manhã e me pediu para aguardar”, diz Galarza.

Protesto - Sem dinheiro para pagar o aluguel, Felipe pegou os últimos reais que tinha na carteira e pagou um caminhão de frete para levar os móveis até o canteiro da avenida, como forma de protestar as condições de vida que está vivendo.

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