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Capital

Morador que organizou bloqueio de rua diz que foi agredido por PM´s

Polícia afirma que confusão envolveu uma arma apreendida, que o homem queria que fosse devolvida

Mariana Lopes e Luciana Brazil | 06/01/2013 11:39
Márcio segura o pé da mesa, objeto com o qual ele afirma que apanhou dos policiais (Fotos: Rodrigo Pazinato)
Márcio segura o pé da mesa, objeto com o qual ele afirma que apanhou dos policiais (Fotos: Rodrigo Pazinato)

O homem que organizou a manifestação na madrugada deste domingo, que bloqueou a Raquel de Queiroz, no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, alegou que colocou fogo em pneus como forma de protesto após ser agredido por policiais da Cigcoe (Companhia Independente de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais).

O pedreiro Márcio Barbosa Gonçalves, 27 anos, afirmou que estava bebendo em uma conveniência em frente à casa dele quando brigou com outro homem, que o feriu com golpes de faca no braço.

Segundo a versão relatada por Márcio, após ser ferido, ele correu para a casa de um vizinho em busca de socorro, momento no qual uma viatura da Cigcoe passou e ele tentou pedir ajuda.

“Os policiais negaram ajuda e me xingaram. Eu revidei o palavrão e eles deram a volta na quadra, desceram e começaram a me bater”, afirma Márcio, que está com o corpo bastante machucado.

O pedreiro alega que os policiais invadiram a casa do vizinho e o agrediram com o pé da mesa que eles mesmos quebraram. “Apanhei mais ou menos uns 5 minutos”, enfatiza Márcio.

A dona de casa Rosalina de Melo Barbosa, 55 anos, mãe de Márcio, confirmou a versão contada pelo rapaz e disse que pediu à polícia para que levassem o filho dela preso e parassem de bater nele.

Assim que os policiais foram embora, ainda de acordo com o relato de Márcio, os moradores, revoltados com a agressão, resolveram fazer o protesto e queimaram os pneus.

Diante da ação dos moradores, Márcio conta que os policiais da Cigcoe voltaram armados e já chegaram atirando, com balas de borracha. “Meu filho de 8 anos ficou super assustado, quebraram o telhado da minha casa”, afirma.

O morador Julian Gabriel da Silva Costa, de 19 anos, afirmou que também estava no momento da confusão e que agora tem medo da própria polícia. “São eles que fazem a nossa segurança e disseram que iam matar a gente. Como ficamos agora?”

No confronto com a polícia, Márcio disse que levou um tiro de borracha e outras pessoas também ficaram feridas. “Foi assustador, parecia um filme de terror”, disse Rosalina.

Resto dos pneus da manifestação dos moradores, na rua Raquel de Queiroz, no bairro Aero Rancho
Resto dos pneus da manifestação dos moradores, na rua Raquel de Queiroz, no bairro Aero Rancho

Márcio confessou que estava embriagado e que também já cumpriu pena por tráfico de drogas. Após a confusão, ele disse que foi para o posto de saúde do Aero Rancho, onde levou 15 pontos por causa das facadas.

Versão da polícia – Conforme informações da Cigcoe, que contradizem os fatos narrados por Márcio, as viaturas policiais só foram deslocadas até o bairro Aero Rancho após serem acionados pelo 10º Batalhão da Polícia Militar.

No boletim do Corpo de Bombeiro há registrados dois deslocamentos de resgate até o endereço da casa de Márcio para atendê-lo, porém, de acordo com o boletim de ocorrência, ele dispensou o socorro.

Segundo a Cigcoe, a confusão foi gerada porque Márcio queria que os policiais do 10º Batalhão do Aero Rancho lhe entregassem a arma que foi apreendida com um amigo dele, pedido que foi negado pelos policiais.

O comando da Cigcoe afirmou que Márcio tem o direito de ir até a Corregedoria da Polícia Militar e denunciar o ocorrido.

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