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Capital

Moradores denunciam fumaça e barulho provocado por empresa de reciclagem

Paula Vitorino | 06/07/2011 13:43

Empresa nega acusações e diz que gera empregos para cerca de 100 pessoas

Proprietário nega acusações de queima de produtos ou barulho intenso.
Proprietário nega acusações de queima de produtos ou barulho intenso.

Fumaça e barulho de máquinas têm causado transtornos aos moradores do bairro Canguru, em Campo Grande. O motivo é um ponto de coleta e distribuição de material reciclável que foi instalado há cerca de um ano na rua Araraquara.

Segundo os vizinhos, o barulho da máquina utilizada para triturar os materiais é insuportável, além de também espalhar pó pela região e frequentemente os funcionários queimam restos de lixo.

“Tenho problemas respiratórios e essa fumaça é ruim demais pra mim. É uma fumaça preta, enche tudo aqui ao redor”, diz o aposentado Luiz Alves Rodrigues, de 68 anos, que mora ao lado da fábrica.

Ele afirma que muitas vezes prefere pegar um ônibus e ir para outra região da cidade até a fumaça passar ao invés de ficar na residência e depois sofrer os efeitos da poluição. “Estou com três inaladores aí. Faço de tudo para não precisar ir para o posto de saúde”, diz.

Pela vizinhança moram várias crianças e idosos, que assim como o aposentado, sofrem com a fumaceira. A dona de casa Suzamar da Silva, de 28 anos, tem filhos de 3 e 8 anos, além do caçula de 8 meses. Ela conta que além dos efeitos para a saúde das crianças, a fumaça também causa transtornos para a rotina em casa.

“Quando lavo roupa não tem condições. Enche de cinzas. Eles colocam fogo em local aberto e vai tudo para as casas vizinhas. O cheiro que sai também é muito ruim, parece de fio queimado, borracha”, afirma.

Os moradores denunciam que a queima acontece em qualquer horário do dia e não tem data certa para acontecer.

Mecânico mostra restos do plástico triturado que sujam carros e residências. (Fotos: João Garrigó)
Mecânico mostra restos do plástico triturado que sujam carros e residências. (Fotos: João Garrigó)

Barulho - Já o barulho intenso da máquina de trituração tira o sossego da vizinhança frequentemente. “Quando ligam essa máquina não dá nem pra falar no telefone, assistir televisão. Às vezes na hora do almoço a gente não consegue nem assistir um jornal, conversar”, garante a dona de casa Vanda Silva, de 40 anos.

O mecânico Antônio Vicente, de 47 anos, ainda reclama que os materiais triturados soltam um pó, que suja roupas e a lataria dos veículos que ficam guardados em sua residência.

“É uma poeira terrível. Suja tudo os carros, gruda na lataria. Canso de lavar eles. E ainda tem o barulho insuportável da máquina”, diz.

Outro lado - Contrária as reclamações dos moradores vizinhos a fábrica, a comerciante Ernestina da Silva, de 43 anos, vê o empreendimento no bairro de forma positiva.

“Isso dá muito emprego, vejo muita gente chegando para vender material aí. Agora o lixo que os moradores daqui jogam nos terrenos eles não acham ruim”, frisa.

Ela admite que não é vizinha do local, mas garante que não escuta barulho ou percebe nenhum tipo de fumaça.

O proprietário da fábrica, Juarez Vasconcelos, afirma que não é feito nenhum tipo de queima de material no local. Ele só admite ter queimado por duas vezes um resto de capim.

“Colocamos fogo para limpar o fundo do terreno, mas era só capim. Pode ser que tinha algum resto de borracha. Mas aqui ninguém queima resto de material, nem podemos fazer isso e também não sobra nada”, afirma.

Sobre o barulho e o pó, ele diz que irá construir uma espécie de cercado ao redor da máquina de trituração nos próximos 30 dias. Mas ressalta que o equipamento não atrapalha a rotina das residências e também não produz pó.

“O barulho não é tão alto e sempre ligamos em horário comercial. E isso é feito só algumas vezes por semana, não é todo dia”, explica.

A máquina, segundo Juarez, é utilizada somente para triturar os engradados de refrigerante e cerveja. O material vira uma espécie de flocos e depois é transformado em outro engradado novo.

O local funciona como um dos Ecopontos instalados na Capital e recebe todo tipo de material reciclável, separa e depois repassa para empresa de reciclagem, que transforma os materiais em novos produtos. Óleo, baterias e lâmpadas também podem ser entregues no ponto, que depois repassa para a Prefeitura Municipal dar a correta destinação.

Cerca de 15 toneladas de lixo são recicladas por meio do local, que ainda oferece emprego a ao menos 100 pessoas. “Nós compramos de pessoas que trabalham recolhendo lixo da cidade e também recolhemos os materiais de empresas e condomínios”, diz.

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