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Capital

Moradores do bairro Nova Campo Grande sofrem com terrenos baldios

Paula Vitorino | 07/02/2011 08:00
Lixo toma conta de terreno baldio. (Foto: João Garrigó)
Lixo toma conta de terreno baldio. (Foto: João Garrigó)

Muitos terrenos baldios, mato alto e entulho. A paisagem é rotina para os moradores do bairro Nova Campo Grande – região oeste da Capital, problema ainda mais grave quando a chuva não da trégua e o matagal ganha proporções maiores.

“Antes, tinha até mais terreno baldio, agora começaram a construir em alguns locais, mas a sujeira e o mato ainda continuam. O pessoal compra os lotes e larga aí, deixa esquecido”, diz a proprietária de um mercado no bairro, Vera Lucia Piske. Ela mora com a família no local desde 1991.

Em meio a uma das principais vias do bairro, a avenida Amaro Castro Lima, um enorme canteiro tomado por mato alto divide a rua. O local atrapalha a visão dos motoristas, que não conseguem visualizar a outra extremidade da via. Mas a área também é utilizada como um grande “espaço publicitário” por alguns moradores, que colocam faixas com propagandas em meio ao mato.

As áreas abandonadas trazem perigo tanto para a saúde quanto para a segurança dos moradores, já que muitas vezes os terrenos são utilizados para o esconderijo de ladrões.

Com o abandono dessas áreas, é comum o aparecimento de cobras, principalmente, além de ratos, mosquitos e outros insetos na região.

“Tem muita cobra, demais. A gente está andando pela rua e vê elas cortando o asfalto e indo se esconder no mato. Eu não conheço muito bem os tipos de cobra, mas independente da espécie é um risco para nós”, alerta a moradora Norimar Miranda, 55 anos. Até um tamanduá bandeira a dona de casa afirma já ter aparecido nas ruas do bairro.

Moradores são vizinhos de matagal na Nova Campo Grande. (Foto: João Garrigó)
Moradores são vizinhos de matagal na Nova Campo Grande. (Foto: João Garrigó)

Dengue - Os focos de mosquito da dengue também preocupam. Todos os moradores com quem a reportagem do Campo Grande News conversou afirmaram já ter tido dengue ou conhecer algum vizinho que ficou doente. Para Norimar, a falta de consciência dos próprios moradores contribui para piorar a situação dos terrenos baldios.

“Falta educação. As pessoas jogam tudo quanto é tipo de lixo nos terrenos, parece que não se preocupam em juntar tudo e colocar no lugar apropriado. Depois de usar latas, vasilhas de plástico ou metal eu sempre furo o fundo para colocar na lixeira e não acumular água. Se todos tivessem essa preocupação, eu não teria pego dengue hemorrágica”, deixa a dica.

Limpeza por conta própria - De acordo com a população do Nova Campo Grande, a maioria dos proprietários de terrenos baldios do bairro mora em outras cidades e isso facilita a impunidade.

“Meus filhos já tentaram comprar os terrenos aqui do lado, outras pessoas também já foram atrás, mas ninguém acha os donos. Um dos proprietários disse que mora na Argentina e o outro é de Dourados. Assim fica difícil punir essas pessoas”, diz a aposentada Eunice Moraes Vieira, de 69 anos.

Ela mora em uma residência cercada por terrenos abandonados e a limpeza das áreas ao redor é feita por ela e seus vizinhos. “A gente que se organiza para tentar limpar um pouco o lugar. Pagar pra limpar ficou muito caro e colocar fogo é ruim, eu mesma tenho bronquite e não posso com fumaça. É um outro perigo a nossa saúde”, diz.

A assessoria da Prefeitura informou que não tem dados específicos de notificações por cada bairro da Capital, mas afirmou que já foram aplicadas mais de 2 mil autuações em 2011. De acordo com o órgão, neste período do ano - verão - as ações de fiscalização e as autuações aumentam, devido as chuvas e a dengue.

Em 2010, foram feitas mais de 19 mil autuações em toda a Capital e neste ano as equipes de fiscalização vão continuar intensificando as ações por todos os bairros.

A responsabilidade pela limpeza e conservação de terrenos particulares compete ao proprietário, de acordo a Lei Municipal. A legislação estabelece que os proprietários dos imóveis são responsáveis, ainda, pela construção de calçadas e por mantê-las em perfeito estado de conservação. Os terrenos devem ser mantidos limpos, capinados, drenados e calçados.

O proprietário que descumprir a exigência pode ser notificado, recebendo o prazo de 30 dias para regularizar a situação. Se mesmo assim o terreno não for limpo, o proprietário pode receber multa que varia de R$ 1.375 a R$ 5.50

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