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Capital

Calçada tem até escada em rua do bairro Otávio Pécora

Paula Maciulevicius | 14/04/2011 08:11

Segundo moradores, o desnível de casas com asfalto é a causa das irregularidades

Escada e corrimão ocupam calçada em rua do bairro Otávio Pécora. (Foto: João Garrigó)
Escada e corrimão ocupam calçada em rua do bairro Otávio Pécora. (Foto: João Garrigó)

Um passeio pelas vias do bairro Otávio Pécora, em Campo Grande, só pode ser feito pelo meio da rua. O desnível e "soluções" encontradas por alguns proprietários complicam a passagem.

A Rua Jacamim, esquina com a Galo da Serra, é exemplo da dificuldade que moradores têm para se adequar as normas de acessibilidade: uma escada no meio da passagem. Além da rampa para entrada do carro, os degraus e um corrimão fazem com que o pedestre precise mesmo desviar a rota.

O proprietário da casa, da rampa da garagem e da escada, fala ter sido autuado pela prefeitura, depois de uma denúncia, na tarde de ontem (13). O comerciante Edson Caballero, 42 anos, justifica que sem o rebaixamento não tem como estacionar o carro, e sem a escada não há como entrar ou sair de casa.

Ele questiona como a prefeitura vai fazer para autuar quem estiver com calçada irregular. “Aqui todas as casas são assim. Vai multar só uma? Todo mundo precisa se adequar”, fala.

Segundo ele, o fato do bairro ter crescido em uma baixada da cidade explica os desníveis entre uma casa e outra, e com o asfalto. “Está certo de querer regular, mas como é que eu vou fazer? Notificaram e eu não sei como agir”, comenta.

A escada, corrimão e a rampa foram feitos há quatro anos e de acordo com ele, por extrema necessidade do morador. “Aqui não é só uma rua. Eu tiro se for o caso, mas não posso deixar meu carro para fora”, afirma.

Morador explica que não consegue entrar em casa sem escada e rampa. (Foto: João Garrigó)
Morador explica que não consegue entrar em casa sem escada e rampa. (Foto: João Garrigó)

O problema do comerciante se repete. Juntando com as duas casas vizinhas, a equipe do Campo Grande News pode contar pelo menos quatro desníveis. “É complicado, não tem como o cadeirante passar, mas não é só nessa rua”, garante Edson.

Um pouco mais adiante, na Rua Tietinga, a estudante Lorena Maris, 15 anos, afirma que aquela situação é normal no bairro, e que sempre existiu.

“Andar é só pela rua. As casas que estão mais certas são aquelas que foram reformadas. Mas as antigas mesmo, sempre foram assim”, diz.

A prefeitura, através da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano) está fiscalizando a acessibilidade nas calçadas da Capital, que compreende questões como rampas de acesso aos cadeirantes, rebaixos de meio fio e utilização de piso tátil.

Pelas ruas, uma casa que parece fugir à regra do bairro. O aposentado Ariovaldo Guimarães, 61 anos, terminou a reforma em novembro do ano passado. Além de mexer na casa, o morador aproveitou para adequar a calçada. Foi colocado piso tátil, e o meio fio rebaixado como manda a norma.

“Sabendo da exigência, a gente correu atrás. Acho que agora as pessoas vão tomar consciência e acertar”, comenta.

A questão volta a ser o problema de desnível no bairro. Segundo o morador Ariovaldo, por onde as pessoas andarem no Otávio Pécora, vão encontrar a situação. Por mais que a residência seja exceção ao que parece regra, o aposentado afirma que nivelar a calçada foi uma boa opção.

“Tem cadeirante, já vi deficiente visual passar por aqui. E é bom até para os pedestres mesmo”, finaliza.

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