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Capital

Após caminhada pela paz, homicídio expõe violência em bairros

Aliny Mary Dias e Francisco Júnior | 23/08/2014 08:52
Marcas de sangue do último crime registrado no Lageado, a morte do jovem Kemis, de 22 anos (Foto: Marcelo Calazans)
Marcas de sangue do último crime registrado no Lageado, a morte do jovem Kemis, de 22 anos (Foto: Marcelo Calazans)

Menos de 24 horas depois de uma caminhada contra a violência realizada pela Prefeitura na manhã de ontem (22), no bairro Dom Antônio Barbosa, mais um crime trouxe os vizinhos à realidade e amedontra aqueles que vivem entre a violência instalada há anos nos bairros Dom Antônio e Lageado.

Kemis Rodrigues Andrades Rojas, 22 anos, foi morto na madrugada deste sábado com um tiro no peito. A suspeita da Polícia Civil, segundo relatos de parentes, é que o atual namorado da ex-mulher de Kemis possa ter envolvimento no crime.

Apesar de o crime aparentemente ter motivo passional, a morte fez com que os moradores apontassem a antiga rixa entre gangues do Lageado e do Dom Antônio como principal causadora da violência na região sul de Campo Grande.

Uma doméstica de 43 anos, que pediu para não ser identificada, é mãe de 3 filhos e mora há 20 anos no Parque do Lageado. Assustada com a violência no bairro, a mulher já mudou de casa e diz que quando uma pessoa morre, todos vizinhos ficam preocupados em saber se a vítima é parente.

“Eu mandei meu filho para outro bairro por causa das amizades, para não perder ele, decidi fazer isso. Todos têm medo, quando morre alguém, não descansamos até saber se é um parente”, desabafa a doméstica.

Outra moradora do bairro, que trabalha como catadora de material reciclável, conta que quando a morte dessa madrugada correu entre os vizinhos, ele foi correndo até o local para saber se não era um filho ou sobrinho.

“Minha casa tem sinal de tiro por causa dessa rixa antiga que envolve principalmente os jovens. Um dia um bate em um daqui, outro dia batem em um de lá e fica nessa briga interminável e quem sofre são os moradores”, diz.

Outra moradora conta que em muitas vezes pessoas que não tem envolvimento com a briga acabam sendo as principais vítimas.

Para acabar com a violência, os moradores pedem por uma base da polícia, a exemplo do que ocorreu anos atrás no bairro Moreninhas. “Antes eram muito violento lá e hoje é um lugar bom de morar”, lembra outra moradora do Lageado.

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