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Capital

Motocímetro deve começar a funcionar até o dia 30 na Capital

Antonio Marques | 07/10/2015 13:27
A falta de critérios para cobrança de diárias dos mototaxistas auxiliares torna o serviço mais caro para o passageiro na Capital (Foto: Antonio Marques)
A falta de critérios para cobrança de diárias dos mototaxistas auxiliares torna o serviço mais caro para o passageiro na Capital (Foto: Antonio Marques)

Sem o uso do motocímetro, mototaxistas cobram tarifas acima do valor de tabela para compensar o pagamento de diárias que chegam até R$ 400,00 por semana. A falta de critério para a cobrança dessas diárias estaria deixando o preço das corridas mais caro para os passageiros. Durante uma audiência pública realizada na manhã de hoje na Câmara Municipal, mototaxistas permissionários e auxiliares debateram melhorias no serviço e a necessidade de novos alvarás na Capital.

Mesmo o presidente do Sindicato dos Mototaxistas, Dovair Boaventura de Oliveira Caburé, na direção do sindicato desde 2005, negando que há diferença no tratamento entre os profissionais permissionários (donos do alvará) e auxiliares (aqueles que pagam diárias para os donos do alvará), participantes do evento denunciaram até represália do sindicato para os auxiliares que fossem à audiência. Com aproximadamente 150 pessoas no Plenário da Câmara, aparentemente não havia nem 40 auxiliares.

Caburé comunicou aos presentes que até o dia 30 de outubro devem chegar os aparelhos de motocímetro para que o preço da tarifa passe a ser cobrado como acontece no serviço de taxi. Com isso, a tendência é que o preço da corrida fique mais barato e, consequentemente, o valor da diária dos auxiliares também seja reduzida. Essa é uma preocupação dos auxiliares exposta no evento.

Conforme o sindicato, em Campo Grande existem 490 alvarás para o serviço de mototaxi e cerca de 1.200 mototaxistas, entre permissionários e auxiliares. Estes últimos questionam o fato de uma mesma pessoa ter até cinco alvarás, o que provocaria a cobrança exorbitante de diárias dos trabalhadores que não tem a permissão.

O fato de o sindicato tratar diferente os donos dos alvarás e os auxiliares fez com que surgisse a Associação dos Mototaxistas na Capital, que conforme o diretor jurídico, Gildário Santos, foi criada para apurar e denunciar as irregularidades dentro da categoria. Só podem participar da entidade os auxiliares e os permissionários que tenha apenas um alvará do serviço. “Não podemos aceitar a cobrança injusta de diárias dos auxiliares, como alguns chegam a pagar até R$ 400,00 na semana”, reclamou.

Conforme os próprios auxiliares, essa cobrança alta pelas diárias estaria encarecendo o serviço na Capital, pois muitos estariam cobrando tarifas acima da tabela da Agetran (Agência Municipal de Trânsito) para poderem ter algum lucro. “Não há um aqui corre pela tabela”, desafiou João Alves Ribeiro, o Sabiá, que trabalha como auxiliar há sete anos.

Sabiá, que tem moto própria, disse que começa a trabalhar às 6 horas e para às 21 horas, de segunda-feira a sexta-feira. “Nos sábados e domingos trabalho direto, sem descanso.” Por semana ele diz pagar R$ 160,00 de diária, “uma das mais baratas”, ressaltou. Sabiá também reforçou que a divisão entre os mototaxistas se deve em razão do próprio sindicato e denunciou que falta fiscalização para coibir a cobrança excessiva das corridas.

Para o mototaxista Wilkinson Salinas, auxiliar há 13 anos, lembrou que todos devem se unir, pois os permissionários e auxiliares dependem um do outro para o melhor qualidade do serviço na Capital. Mas ele defendeu que os preços das diárias devem ser mais justos para que os auxiliares não se sintam explorados. “Temos o direito de lutar para conseguirmos um alvará, como a maioria aqui já tem”, afirmou.

Ao final, dentre os encaminhamentos dos vereadores Luiza Ribeiro (PPS), Francisco Luis Saci (PRTB) e Ademir Vieira Junior, o Coringa (PSD) ficou definida a proposta de criar uma auditoria exclusiva para mototaxi e taxi, no âmbito da Agetran; criação de uma comissão composta por auxiliares, permissionários para debater na Agetran a elaboração de minuta para um decreto da Executivo regulamentando a questão dos alvarás; proposta de elaboração de tabela para definição dos preços para cobrança das diárias dos auxiliares; debater a possibilidade de novos alvarás de mototaxi, após estudo técnico que deve apontar as regiões da Capital em que ainda não é atendida pelo serviço.

Também foi proposto a padronização dos pontos de mototaxi em Campo Grande, com estrutura adequada que atenda bem os profissionais e os passageiros.

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