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Capital

MPE apura desvio de córrego e falha na fiscalização de obra em via

Ricardo Campos Jr. | 12/04/2015 09:40
Avenida foi aberta às margens do córrego Imbirussu (Foto: Marcelo Calazans)
Avenida foi aberta às margens do córrego Imbirussu (Foto: Marcelo Calazans)
Sujeira bloqueia bocas-de-lobo que, segundo vistoria, estão subdimensionadas (Foto: Marcelo Calazans)
Sujeira bloqueia bocas-de-lobo que, segundo vistoria, estão subdimensionadas (Foto: Marcelo Calazans)

O MPE (Ministério Público Estadual) deu prazo de 15 dias para que a Prefeitura de Campo Grande informe como procedeu a fiscalização das obras de pavimentação da Avenida José Barbosa Rodrigues, no trecho que passa pelo Zé Pereira, concluída em 2011. Os constantes alagamentos na região motivaram abertura de inquérito civil público.

Denúncia aponta que desvio do córrego Imbirussu, que passa ao longo da via, seria a causa dos transtornos. Conforme os autos do procedimento investigativo, a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) fez uma vistoria no local no dia 3 de fevereiro deste ano atendendo a um pedido do MPE.

O laudo não apresenta uma conclusão clara sobre as causas do problema, mas contém imagens e descrições de uma série de falhas estruturais, por exemplo, os pontos para escoamento. “Considerando a localização dos bueiros, os mesmos evidenciam estar subdimensionados”, diz o texto.

“Foi relatado que há pouco tempo máquinas da prefeitura estiveram no local e aprofundaram o leito do córrego”, informam os responsáveis pela avaliação.

A dona de casa Daiana Cardena, 30 anos, mora no local há 15 anos. “Antes, aqui era só mato e não tinha alagamento. Hoje isso aqui vira uma bacia d’água”, conta. “Nós ficamos muito assustados. Já houve muitas reclamações, mas até agora nada foi feito. É um risco para nós”.

Célia Regina Jabra, 72 anos, tem uma pequena mercearia na avenida, que já foi invadida pela água várias vezes, chegando a estragar produtos que expostos nas prateleiras. “A enxurrada vem cheia de bichos e fezes por causa das fossas que estouram. Qualquer chuvinha alaga. Dão não nem uma hora para encher. Eu fico com medo. Quando chove, tenho que ficar cuidando. Fechou o tempo, tem que ficar cuidando”, afirma.

A marcenaria de Márcio Augusto Dias, 39 anos, não chega a ficar alagada com a água da chuva, mas ele diz que não estaciona o carro em frente ao estabelecimento para não correr o risco de ficar ilhado, pois a via fica intransitável.

“Os carros param. Motoristas evitam passar. Até ônibus não passa. A água vem do córrego e até sai pela boca-de-lobo. O mau cheiro é outro problema. A chuva entra no esgoto e a sujeira volta toda. É uma carniça”, relata.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, Heitor Pereira de Oliviera, disse ao Campo Grande News que o caso está sendo apurado internamente pela pasta, mas o responsável está participando de um simpósio em Brasília e só chega à Capital entre o final da tarde de hoje e a manhã de sexta-feira.

A reportagem tentou contato com o secretário municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação, Valtemir Alves de Brito, para falar sobre o ofício do MPE que cobra da pasta uma explicação sobre as fiscalizações nas obras, feitas em gestões passadas. Ele não atendeu às ligações. Também foi contatada a assessoria de imprensa da prefeitura, que até a publicação desta reportagem não deu retorno sobre o assunto.

Marceneiro diz que carros evitam enfrentar enxurrada quando via alaga (Foto: Marcelo Calazans)
Marceneiro diz que carros evitam enfrentar enxurrada quando via alaga (Foto: Marcelo Calazans)
Comerciante já perdeu produtos quando enxurrada invadiu a mercearia dela (Foto: Marcelo Calazans)
Comerciante já perdeu produtos quando enxurrada invadiu a mercearia dela (Foto: Marcelo Calazans)
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