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Capital

MPE descarta delação premiada que poderia envolver mais 10 em escândalo

Filipe Prado | 03/06/2015 16:42
Otero continua preso e não teve delação premiada aceita (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)
Otero continua preso e não teve delação premiada aceita (Foto: Marcelo Calazans/Arquivo)

A delação premiada de Fabiano Viana Otero, que prometia envolver mais 10 políticos e autoridades no escândalo sexual, não foi aceita pelo MPE (Ministério Público Estadual). O caso da exploração sexual já levou a renúncia do mandato de vereador por Alceu Bueno e na prisão de três pessoas.

Otero, o ex-vereador Robson Martins e o empresário Luciano Roberto Pageu foram acusados de agenciar adolescentes para políticos e empresários e de extorsão. Só Bueno teria pago R$ 100 mil para evitar a divulgação do caso. Martins e Pageu foram presos ao extorquir R$ 15 mil do ex-vereador.

Otero foi o último a ser preso e prometeu apresentar provas contra mais 10 pessoas, que, supostamente, estavam envolvidas com o escândalo. No entanto, as gravações só envolvem Bueno e o ex-deputado estadual Sérgio Assis.

Conforme o advogado de Otero, Antônio César Jesuíno, ele não apresentou provas que fundamentassem as acusações. “Para que o Ministério Público ofereça algo, Otero tinha que entregar o esquema e comprovar aquilo, mas ele não tinha nada documental, então não foi feita a delação”, alegou.

O juiz da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, Marcelo Ivo de Oliveira, aceitou, no dia 30 de abril deste ano, a delação premiada e decretou sigilo nas investigações. O caso chegou a contar com a participação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

Agora o processo de Otero será julgado normalmente pela Justiça, sendo que no dia 11 deste mês o pedido de Habeas Corpus será analisado. “O julgamento foi adiado, mas foi remarcado para a próxima semana”, comentou.

Escândalo sexual - Robson e o empresário foram preso em flagrante pela equipe da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) depois de Alceu Bueno denunciar extorsão. No dia 16 de abril, após conversarem na praça de alimentação do hipermercado Walmart, os três rumaram para o estacionamento. No carro de Alceu, Luciano pegou envelope com R$ 15 mil, distribuídos em 300 cédulas de R$ 50.

O enredo da “cobrança” era denúncia de sexo com adolescentes de 15 anos e pagamento de R$ 100 mil. Conforme inquérito policial anexado ao processo, Fabiano Viana Otero, preso no dia 26 de abril, teria induzido duas adolescentes a saírem com diversas pessoas, incluindo o vereador. O detalhe era de que uma micro-câmera deveria ser levada nos encontros.

Alceu Bueno disse já ter pago R$ 100 mil a dupla e o motivo foi de que uma cafetina teria vídeos de Alceu mantendo relações sexuais com as menores de idade. Porém, o vereador desconfiava que a cafetina fosse fictícia, ou seja, de que a chantagem era orquestrada por Robson e Luciano.

Com os escândalos, Alceu renunciou ao mandato na Câmara Municipal. A investigação também resultou no indiciamento do ex-deputado estadual Sérgio Assis por exploração sexual de adolescentes.

A Justiça aceitou denúncia por exploração sexual, extorsão, corrupção de menores, tráfico de menor de idade para fins de exploração sexual, posse de material pornográfico de adolescentes, prática de sexo com menor em relação de prostituição e associação criminosa com participação de menores.

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