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Capital

MPE quer absolvição de acusado de envolvimento na morte da filha por overdose

Nadyenka Castro | 15/03/2012 18:59

Além de Moraci Pereira Brandão, é réu também pela morte de Jéssica Brandão de Lima, Adriano Costa e Silva, namorado dela na época

Moraci, quando foi prestar depoimento à Polícia Civil em abril de 2010. (Foto: Marcelo Victor)
Moraci, quando foi prestar depoimento à Polícia Civil em abril de 2010. (Foto: Marcelo Victor)

O MPE (Ministério Público Estadual) pediu absolvição para Moraci Pereira Brandão, 36 anos, acusado de envolvimento na morte da filha Jéssica Brandão de Lima, 17 anos, ocorrida em 25 de abril de 2010, em Campo Grande.

A ação penal tramita em segredo de justiça e nesta quinta-feira foi realizada a última audiência da fase de instrução, que é a oitiva de testemunhas e interrogatórios dos réus.

Moraci confia que será absolvido e afirma que não tem nenhum envolvimento com a morte da filha. “É injusta a acusação”, diz. “Eu errei em ter colocado o Adriano na minha casa”, complementa o pai de Jéssica referindo-se ao fato de ter aceitado que a filha morasse com Adriano Costa e Silva, outro réu no processo.

Em relação à acusação contra Moraci, falta apenas a decisão judicial para haver um desfecho. Já no caso de Adriano, a defesa tem prazo para pedir mais diligências e só então apresentar as alegações finais, assim como o MPE.

Moraci fala que é acusado de envolvimento na morte da filha porque já esteve envolvido com o tráfico de drogas. “Eu estou nesse caso pelo que fiz no passado. Eu cometi muita coisa errada na minha vida. Mas agora eu mudei”, fala o dono de uma loja de roupas na Moreninha.

Ele fala que Adriano é o único culpado pela morte de Jéssica e diz não acreditar que a filha era usuária de drogas. “Minha filha não era usuária de drogas. Se ela usou naquele dia [que morreu] ele [Adriano] colocou na bebida”.

Moraci declara que aceitou Adriano em sua casa porque a filha dizia estar apaixonada e porque a queria por perto. “Tudo que eu fiz foi pensando na minha filha. Eu fazia tudo para agradar ela”, justifica ele, que é ainda pai de um adolescente de 14 anos.

A reportagem do Campo Grande News tentou conversar com Adriano, mas, o advogado dele, José Roberto Rodrigues da Rosa, disse que ele irá falar em outro momento.

A adolescente foi encontrada morta na casa dela, onde morava com o pai e o namorado, Adriano. No quarto onde o corpo estava a Polícia apreendeu 68 gramas de cocaína e uma porção de maconha. Perícia apontou que ela morreu por overdose.

Moraci não estava em casa quando a filha morreu. Ele alegou que estava em outro Estado fazendo compras de roupas para a loja.

As investigações da Polícia Civil apontaram que ele e Adriano foram os responsáveis pela morte da adolescente. Moraci e o rapaz foram então indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar), associação para o tráfico e tráfico de drogas.

Moraci não foi preso pela morte da filha. Já Adriano ficou na cadeia alguns dias, foi colocado em liberdade, mas, em dezembro do ano passado voltou à prisão porque, conforme o advogado dele, mudou de endereço e não informou o novo à Justiça. No início deste mês ele foi solto por decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.

Adriano responde a outro processo por estelionato e Moraci a dois por tráfico de drogas. Um deles por ter sido preso em Aquidauana, em 14 de abril do ano passado, pela Polícia Federal, com 312 quilos de cocaína.

Sobre o fato, ele se defende: “Foi um equívoco. Viajei com um amigo meu para Aquidauana. Peguei a caminhonete e ela estava recheada de droga, eu não sabia disso”.

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