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Capital

MPF investiga morte de paciente após cirurgia no Hospital Universitário

Aline dos Santos e Paula Maciulevicius | 14/12/2011 11:11

"Talvez não tenha sido a morte o pior, mas você procurar ajuda onde tem e ninguém fazer nada”, diz filha

Emocionada, Juliane conta que corria pelo hospital a procura de atendimento para a mãe. (Foto: Simão Nogueira)
Emocionada, Juliane conta que corria pelo hospital a procura de atendimento para a mãe. (Foto: Simão Nogueira)

O MPF (Ministério Público Federal) investiga denúncia de omissão de socorro e erro médico que teriam causado a morte da paciente Zenice Dias Pereira, de 45 anos, no HU (Hospital Universitário) de Campo Grande.

Ela foi internada no dia 24 de novembro para retirada do útero, que estava com mioma. No dia seguinte, foi feita a cirurgia e a paciente morreu dois dias depois.

De acordo com a auxiliar administrativa Juliane Pereira Benites, filha da paciente, logo nas primeiras horas do pós-operatório Zenice apresentava sintomas como dores e vômito.

“Ninguém fez nada, vazava um liquido dos pontos e os médicos e enfermeiras falavam que eram gases. Eu vi quando ela morreu, talvez não tenha sido a morte o pior, mas você procurar ajuda onde tem e ninguém fazer nada”, relata a jovem, com a voz embargada pela indignação.

Ela conta que o tempo todo corria pelo hospital atrás de enfermeiros e médicos que pudessem prestar atendimento para mãe. “Nesse momento eu peço justiça. É um apelo por amor, para que se cuide bem dos pacientes, para não tratar com animal. Minha mãe não teve nenhum cuidado depois da cirurgia”.

A família procurou a Associação de Vítimas de Erros Médicos e ontem fez a denúncia ao MPF. Laudo aponta que as causas da morte foram embolia pulmonar e insuficiência respiratória. Agora, os familiares da paciente querem que o hospital forneça o prontuário médico e que o corpo passe por exumação.

“Para nós, já ficou claro que houve várias negligências neste atendimento, omissão de socorro”, afirma o presidente da associação, Valdemar Moraes de Souza. De acordo com ele, quando há morte, a família só consegue o prontuário de atendimento mediante autorização judicial. Neste ano, a associação recebeu 180 denúncias de erro médico.

O Hospital Universitário informou que ainda não foi notificado. Conforme a assessoria de imprensa, quando notificado, o hospital vai repassar os documentos que forem solicitados pelo MPF além de tomar medidas administrativas.

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