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Capital

Mudança no plantão não surte efeito e doentes esperam por até 8h em posto

Ricardo Campos Jr. e Adriano Fernandes | 16/04/2015 17:49
Upa do bairro Universitário: demora incomodava pacientes (Foto: Marcelo Calazans)
Upa do bairro Universitário: demora incomodava pacientes (Foto: Marcelo Calazans)

Mudanças na escala de plantão das unidades de saúde do Guanandi e Universitário parecem não ter surtido efeito e a população continua reclamando da demora no atendimento, que pode chegar a oito horas. A partir desta quinta-feira (16), alguns médicos passaram a trabalhar seis horas na madrugada ao invés de 12. O restante seria cumprido durante o dia para reforçar as equipes nos horários de pico.

A cozinheira Edna Cardoso da Silva, 40 anos, chegou à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Universitário ao meio-dia e deu entrevista para a equipe de reportagem às 14h40 e ainda não havia sido atendida. “Espero que até as 20h eu saia daqui”, disse indignada a paciente.

“O problema não chega ser os médicos, que até atendem bem. O problema é a falta de médicos para a grande demanda. O posto está lotado e não tem ninguém para atender”, opina.

Já a estagiária em administração Adélia Santana, 24 anos, estava aguardando atendimento há cerca de quatro horas quando deu entrevista. Ela se queixava de fortes dores de cabeça. “Ontem vim aqui, mas não tinha condições de esperar de tão cheio. Eles pararam de chamar pacientes às 11h e só retornaram às 13h15. Faltam médicos para atender todo mundo”, diz.

A gerente de supermercados Neuza da Silva Santos, 36 anos, conta que chegou à UPA às 7h15, deu entrevista às 15h e ainda não havia sido chamada para mostrar ao médico o exame de raios-X para comprovação de fratura.

Ela reclama da falta de organização nos atendimentos. Passou pela triagem logo após a chegada, mas por conta de um erro das atendentes, foi chamada para consulta somente às 11h. Ela teve que fazer outra ficha ao meio-dia para o exame. O plantão do primeiro médico que a atendeu acabava às 13h então ela teve que esperar, com o resultado embaixo dos braços, por outro profissional.

“Se houvesse mais organização e atenção por quem faz as fichas de atendimento, o processo seria mais rápido e agilizaria o atendimento, já que não tem mais médicos. Eu particularmente não gosto do atendimento fornecido aqui”, exclama.

Calmaria – O fluxo de pacientes no posto do Guanandi era tranquilo. O preenchimento das fichas dos pacientes era feito rapidamente e logo as pessoas eram chamadas pela triagem, segundo constatou o Campo Grande News.

“Pela primeira vez venho aqui, mas quando passo em frente está sempre cheio. Na recepção, eles informam que vai demorar o atendimento, pois as prioridades são emergências. Espero sair daqui até umas 17h”, diz a operadora de telemarketing Mayara Moreira de Almeida, de 19 anos.

O aposentado Nilton Barbosa saiu do bairro Coophavila em busca de atendimento. “Lá dentro é mais cheio, não tem nem previsão de espera”, diz.

Sem demora - Segundo a assessoria de imprensa da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), o tempo de espera nas unidades de saúde de Campo Grande está dentro do preconizado pelo Ministério da Saúde, de até quatro horas e meia para casos não urgentes. Pacientes graves estão sendo atendidos dentro da normalidade.

O que está havendo, na avaliação do órgão, é uma procura maior para atendimento nas UPAs. São pessoas que em muitos casos têm a classificação de risco azuis e verdes (de menor gravidade) e deveriam buscar as unidades básicas.

Todos os postos, conforme a Sesau, estão trabalhando com escala cheia, completa de médicos. Com relação à avaliação da mudança nos plantões, que começou a valer hoje, a assessoria prometeu apurar a informação junto à Coordenadoria de Urgências e até a publicação desta reportagem não houve retorno.

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