ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Mulher baleada por ex-companheiro revelou temor à mãe segundos antes

Paula Maciulevicius e Ângela Kempfer | 20/12/2012 10:56
Mãe de mulher baleada, com a mão no rosto, em frente ao local do crime. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Mãe de mulher baleada, com a mão no rosto, em frente ao local do crime. (Foto: Rodrigo Pazinato)

A vendedora Bruna Moura Araújo, de 24 anos, baleada nesta manhã pelo ex-marido, em uma loja no Centro de Campo Grande, falava com a mãe ao telefone quando Rafael Felastiga de Souza Lima, 27 anos, chegou armado ao comércio. Ele morreu no hospital, menos de duas horas de depois do crime. Ela está em estado grave no hospital.

Segundo a Polícia, na ligação feita à mãe, Maria Rosa Alves, Bruna relatava o medo que sentia das ameaças do ex. Nesta quinta-feira, Rafael ficou de entregar os pertences da jovem que ainda estavam com ele. Eles namoravam há oito anos, chegaram a morar juntos e estavam separados. No entanto o rapaz não aceitava o fim do relacionamento, que segundo familiares, sempre foi conturbado e marcado por brigas.

No telefone, Bruna chegou a dizer “mãe, o Rafael está aqui e ele está armado”. Do outro lado da linha, Maria Rosa tentou tranquilizar a filha, respondendo que não seria possível que ele estivesse armado.

Em seguida, a jovem começou a gritar e desligou o telefone. A mãe não chegou a ouvir a discussão e nem os tiros.

A mãe contou que a filha sempre reclamava de surtos de Rafael durante a briga. “Você tem que registrar na Polícia, porque uma hora ele vai fazer”, recorda Maria Rosa as conversas que teve com Bruna. A jovem preferiu não registrar queixa na Polícia.

Nesta semana, a motocicleta de Bruna, uma Honda Biz, sumiu. A mãe dela disse à Polícia que a jovem não sabia dizer se o veículo tinha sido levado pelo ex. Na manhã desta quinta-feira, a irmã de Bruna, Ana Paula Araújo, relatou que foi Rafael quem levou ela e a irmã para o trabalho e que ainda no carro, eles travaram uma nova discussão.

Passado das 8h30, Bruna estava na loja onde trabalha, na esquina das ruas Maracaju com 14 de Julho, quando testemunhas relatam que Rafael chegou de motocicleta, entrou e fechou a porta de ferro do comércio.

Em seguida, os funcionários das lojas vizinhas ouviram de dois a três tiros e depois viram os corpos no chão. No local, a Polícia colheu informações de que as brigas e ameaças dele para com a jovem eram constantes.

Aos prantos, a mãe carrega nos olhos, mais que lágrimas, o sentimento de que podia ter feito mais pela filha. Sobre o que considera o maior erro na história, ela disse “foi não registrar na Polícia as ameaças que ela estava sofrendo. Porque se tivesse registrado, talvez ele teria ficado com medo de fazer uma besteira”.

Mãe e irmã estão na Santa Casa acompanhando o estado de saúde de Bruna, que é considerado grave. O tiro acertou a nuca da jovem.

Depois do disparo contra a jovem, Rafael atirou na própria cabeça. Os dois foram socorridos pelo Samu e levados para a Santa Casa, onde ele morreu.

Nos siga no Google Notícias