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Cidades

Mulher denuncia ex-marido por esconder abuso contra filha de 4 anos

Ricardo Campos Jr. | 15/12/2010 17:33

Criança contou o ocorrido 4 anos depois. Mãe diz sofrer ameaças.

Mãe já registrou pelo menos 3 ocorrências contra o ex-marido e o acusa de coagir a criança para que abuso não fosse divulgado. (João Garrigó).
Mãe já registrou pelo menos 3 ocorrências contra o ex-marido e o acusa de coagir a criança para que abuso não fosse divulgado. (João Garrigó).

Uma mulher de 34 anos denunciou o primo do ex-marido, um ex-professor de informática de 29 anos, por molestar a filha dela, que na época do crime (2006) tinha apenas 4 anos. A mãe acusa ainda o próprio ex-marido, que é funcionário dos Correios, por ter presenciado o crime e tentar coagir a criança para que a história não viesse a público.

A menina se calou durante 4 anos até relatar o ocorrido para um psiquiatra e em seguida para a Polícia, quando a mãe a levou na delegacia para o registro da ocorrência.

A mãe diz não recordar a data em que o abuso ocorreu, lembra-se apenas de que o pai da menina havia saído de casa há alguns dias e pegava a filha para passear com ele. Naquela tarde, ele a levou na casa do primo dele e em certo momento, de acordo com o relato da criança, o pai saiu do local.

Foi então que o homem de 29 anos levou a menina ao banheiro, tirou a roupa dela e passou a molestá-la, e, segundo contou a criança, o pai retornou e se deparou com a cena. “Ele me disse para não contar para ninguém nem para sua mãe”, disse a vítima do abuso ao Campo Grande News.

“O correto, em minha opinião, era ele ter pegado a menina e ter levado para a delegacia. Nem se fosse meu pai eu aceitaria”, disse a mãe que contou ainda que voltou com o marido, que por sua vez foi morar novamente com a filha e a esposa.

No decorrer dos 4 anos seguintes, segundo a mãe, a criança, além de permanecer em silêncio, ainda entrava em pânico quando ouvia o nome do homem que a molestara. “Ela chegou até a urinar na calça uma vez quando o rapaz ligou. Eu não percebi”, conta a mãe.

A história só veio a ser descoberta em agosto deste ano, quando o pai da menina disse que iria até a casa do primo, fato que, segundo a mãe, provocou a inquietação da filha que pediu a ele que não fosse. Como não deu ouvidos, a menina se trancou no quarto da mãe, pegou uma faca e ameaçou se cortar. “Ela disse que preferia a dor da faca a continuar com um monstro dentro de casa”, conta a mãe.

Os bombeiros foram acionados e junto com a equipe veio um guarnição da PM (Polícia Militar), que entraram em contato com o pai e solicitou a presença dele na casa. Um dos bombeiros convenceu a menina a entregar a faca e conversou com ela, dizendo posteriormente a mãe que o problema estava realmente com o pai.

A mulher relata que apanhou do marido por diversas vezes e acredita que por conta do medo da denúncia, chegou ao local com um laudo psiquiátrico contra a mãe da menina.

A criança foi encaminhada pelos bombeiros até um Centro Psicossocial que fica no bairro Aero Rancho e foi ali, durante a consulta com o psiquiatra, que a menina relatou o ocorrido quatro anos antes. “Eu nunca esperava isso do pai dela. Esperava ele ter tido uma reação de homem”, diz a mulher.

A criança relatou o crime à polícia, que registrou a ocorrência do abuso contra o primo. Outros boletins de ocorrência contra o funcionário dos Correios foram feitos pela ex-mulher, que diz estar sendo ameaçada, mas desconhece a autoria das ameaças.

“No dia da audiência da guarda a tia dele veio para cima de mim. Só falava em morte e que eu e minha filha tínhamos que morrer. Me chamou de mentirosa dentro do fórum. Tem um carro branco me seguindo. Eu não consigo ver a placa, pode ser porque talvez tenham usado aquelas tintas que saem com água e três pessoas da família dele tem carro branco”, relata.

Agora a mulher diz que acredita na Justiça e aguarda o resultado dos inquéritos tanto contra o ex-marido, bem como contra o homem que molestou sua filha. “Eu não tenho mais medo. Eu creio em Deus e acredito na minha filha, apesar de o pai dela dizer que isso é coisa de sua cabeça. Minha filha não é louca, apenas uma criança indefesa”.

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