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Capital

Mulheres relatam drama de esperar parto de bebês mortos há dois dias

Natalia Yahn | 26/02/2016 12:47
Cleide, em foto do chá de bebê, postada em rede social no dia 15 de janeiro. (Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução Facebook)
Cleide, em foto do chá de bebê, postada em rede social no dia 15 de janeiro. (Foto: Arquivo Pessoal / Reprodução Facebook)

“Estou com medo de morrer. Não sei quanto tempo eu posso ficar com o bebê morto dentro de mim. E não temos informação. Já é muito triste perder meu filho, e ainda estou passando por esta humilhação”, disse Cleide Bento Moreira, 34 anos. Ela e a companheira de quarto Minéia de Souza Bento, 43 anos, estão desde quarta-feira (24), internadas na Santa Casa de Campo Grande, onde esperam o “nascimento” dos bebês que já morreram dentro do útero de ambas.

Enquanto as duas esperam e temem perder a vida por conta da situação, a Santa Casa emitiu uma nota informando que a espera pode durar de quatro a cinco semanas, pelo parto natural. “O prazo protocolar estabelecido pelo manual técnico do Ministério da Saúde, ao qual os médicos DEVEM seguir, é de até quatro a cinco semanas após a morte fetal”, diz a nota, sem informar qual médico foi ouvido para subsidiar a informação.

Cleide esperava pela chegada do primeiro filho, Gustavo, mas há dois dias ela passou por uma consulta de rotina na Santa Casa – onde fazia pré-natal –, quando recebeu a informação de que o coração do bebê não batia mais.

“Eu tinha consulta às 7 horas, na terça-feira (23) a noite ainda senti o bebê mexer. Estava com 37 semanas e 6 dias, ninguém me fala o que aconteceu. É muito constrangedor, toda hora vem alguém e taca uns comprimidos na gente para expelir o bebê. Meu medo é a gente ir a óbito também. Já pedi para fazerem cesárea, mas eles dizem que tem que induzir o parto normal”, afirmou.

A espera também passa de 48 horas para Minéia de Souza Bento, que já é mãe de outras quatro crianças. Agora ela esperava por Milena, mas com 34 semanas de gestação em uma consulta de rotina na UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do Jardim Aeroporto, foi informada que o coração do bebê não batia mais.

“A médica disse que o bebê não mexia mais, tentou ouvir o coração e nada. Me mandaram vir pra Santa Casa, cheguei 8 horas da manhã e só fiz o ultrassom às 15 horas, quando confirmaram que o bebê estava morto. Agora tenho que esperar, ão posso fazer nada, falam que tem que sair sozinho”, disse Minéia.

A Santa Casa divulgou nota sobre o caso de Minéia e informou que “está seguindo o protocolo médico indicado para o caso. A recomendação é de que seja induzido um parto natural para poupar a paciente de riscos maiores”. Na mesma nota o hospital informou ainda que o procedimento cirúrgico só vai acontecer caso a indução por medicamentos não apresente resultado.

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