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Capital

Na emergência, paciente de plano de saúde espera até mais que no SUS

Viviane Oliveira | 30/03/2012 13:20
Mulher mostra a ficha dos hospital marcando o horário que chegou e após duas horas de espera, ainda não havia sido atendida. (Foto: Viviane Oliveira)
Mulher mostra a ficha dos hospital marcando o horário que chegou e após duas horas de espera, ainda não havia sido atendida. (Foto: Viviane Oliveira)

Em busca de um atendimento diferenciado, muita gente opta por pagar um plano de saúde. Na prática, porém, a demora nos hospitais particulares está se igualando às filas do SUS (Sistema Único de Saúde), em se tratando de atendimento de emergência.

O Campo Grande News acompanhou esta semana pessoas que buscaram atendimento na rede privada e na pública e o tempo de espera chegou a ser maior para quem paga.

Uma atendente de 38 anos, que pediu para não ser identificada, conta que desistiu, na noite de domingo para segunda, de uma consulta de pronto atendimento no Hospital Sírio Libanês, unidade particular, após esperar duas horas por atendimento médico para a filha de 21 anos, que estava com cólica renal.

Conforme a mulher, a filha estava viajando quando passou mal e foi internada no hospital de Aquidauana. Quando a mãe ficou sabendo que a garota poderia passar por uma cirurgia, foi até o município e transferiu a filha para Campo Grande.

Com exames e encaminhamento em mãos, a mãe fez a ficha às 19h08 no Sírio Libanês e acabou desistindo da consulta às 21h15, por não ter sido atendida até o momento.

Segundo ela, primeiro procurou o El Kadri - hospital da mesma rede - já para internação. “Como nós já tínhamos o diagnóstico e todos os exames, fomos direto para o El Kadri para internar a paciente”, disse.

“Mas, chegando lá eles pediram para irmos até o Sírio Libanês para passar por um clinico geral”. Ela relata que a paciente já tinha feito um pré-diagnóstico no hospital onde estava internada.

No pronto-socorro do Sírio Libanês, relata a jovem, havia cinco pacientes aguardando por atendimento, depois chegaram mais duas pessoas para emergência que foram atendidas. “Após duas horas perguntei para uma funcionária quantos ainda tinham na minha frente. Fiquei revoltada quando ela disse que havia quatro pessoas”, afirma.

O hospital informou que havia apenas um médico plantonista para atender. “O duro é que a gente paga um plano de saúde para ter um atendimento diferenciado, e na hora que mais precisa não tem”, lamenta.

Outro Lado - Em resposta, a administração do Hospital Sírio Libanês informou que por ordem da direção do hospital é estabelecida uma classificação de risco.

Segundo o hospital, quando o paciente chega é feita uma avaliação, em que a pessoa pelo pré-atendimento com uma equipe de enfermagem.

Quanto à internação no El kadri que não foi aceita, a administração informou que esse é um procedimento do hospital em que para internar, o paciente precisa passar por um médico plantonista para encaminhá-lo para um especialista.

Apesar da idade Benedito conta que vai pouco ao médico, mas quando precisa procura a rede pública. (Foto: Marlon Ganassin)
Apesar da idade Benedito conta que vai pouco ao médico, mas quando precisa procura a rede pública. (Foto: Marlon Ganassin)
Nilcéia relata que a vantagem de ter convênio com planos de saúde é facilidade para realizar exames, consultas e cirurgias. (Foto: Marlon Ganassin)
Nilcéia relata que a vantagem de ter convênio com planos de saúde é facilidade para realizar exames, consultas e cirurgias. (Foto: Marlon Ganassin)

Mais rápido-Todo mundo sabe a realidade da saúde pública, mas às vezes um atendimento de emergência pode sair mais rápido do que na rede particular.

Jeferson Luiz Nunes, 19 anos, já teve plano de saúde pela empresa que trabalha, mas toda vez que precisa de atendimento de urgência recorre à UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Vila Almeida.

Na manhã de ontem (30), ele sofreu um acidente de trabalho e foi encaminhado para uma unidade 24 horas, onde foi atendido em poucos minutos.

“A vantagem de um atendimento particular são os exames, consultas e cirurgias que são mais rápidas, mas se tratando de emergência nunca tive problema na rede pública”, explica.

O aposentado Benedito Ferreira da Silva, 82 anos, sofreu uma queda e foi encaminhado para o posto de saúde. Ele relata que vai pouco ao médico, mas quando precisa sempre procura a rede pública. “Não tenho o que reclamar”, destaca.

Para a funcionária de serviços gerais Nilcéia Jesus Luz, 27 anos, como qualquer pronto-socorro o critério para atendimento rápido é a classificação de risco do paciente.

Segundo Nilcéia passou por atendimento no posto de saúde na tarde de ontem (29), por causa de fortes dores no estômago. “Fui atendida depois de uma hora e meia, mas já fiquei mais tempo na espera”, disse.

A jovem relata que a vantagem de ter convênio com planos de saúde é facilidade para realizar exames, consultas e cirurgias. “Demora nos prontos-socorros têm em todo lugar, mas um atendimento particular é diferente”, finaliza.

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