ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUARTA  24    CAMPO GRANDE 23º

Capital

Na fila do SUS, espera por cirurgia pode durar 5 anos em MS

Viviane Oliveira | 13/05/2013 07:56
Nilda relata o drama de ter que esperar de 1 a 5 anos para fazer uma cirurgia na rede pública. (Foto: Vanderlei Aparecido).
Nilda relata o drama de ter que esperar de 1 a 5 anos para fazer uma cirurgia na rede pública. (Foto: Vanderlei Aparecido).

A perna está cada dia mais curta e mais fina em realação a outra. As dores são intensas e quase que diariamente, diz a dona de casa Nilda Machado Peixoto, de 49 anos. Há anos ele tenta para fazer uma cirurgia e colocar uma prótese no quadril, mas não consegue na rede pública de saúde. Nilda tem uma doença chamada de osteoartrite, onde a cartilagem que reveste os ossos do quadril amolece e se desgasta, causando dor e rigidez.

A cirurgia que Nilda tanto deseja serve para substituir os ossos desgastados e voltarem os movimentos da perna. "O médico disse que não tem remédio para a doença e que o alívio da dor e da correção da perna só melhora após a operação", comenta.

Nilda conta que de uns tempos para cá mal consegue fazer os serviços de casa. O problema começou quando ainda era criança, mas com o tempo foi se agravando. No começo da doença, Nilda procurou um médico, mas foi informada que não poderia ser operada porque era muito nova.

“Ele disse que se me operasse e colocasse uma prótese eu não iria agüentar, mas o duro que os anos foram passando e a dor foi aumentando. Hoje vejo a minha perna afinando sem poder fazer nada”, disse.

Há seis meses, Nilda voltou ao médico ortopedista, porém teve uma notícia que não a agradou. O problema não era mais a cirurgia que não podia fazer, mas o tempo de espera na fila.

“Ele disse que eu tenho que entrar em uma fila para ser operada, que pode demorar de um a cinco anos. Ao contrário, só entrando na Justiça para acelerar o procedimento. Eu vivo a base de dipirona e diclofenaco para aliviar as dores. O jeito vai ser esperar na fila do SUS (Sistema Único de Saúde) porque não tenho condições de pagar”, lamenta.

Dificuldade - Além do problema de saúde, Nilda sofre com o filho e o marido que são dependentes químicos. O filho, Wellington, de 22 anos, usa pasta-base de cocaína, já se internou três vezes.

O marido, Wilson, de 49 anos, que trabalha como mecânico em casa, luta há 12 anos contra o alcoolismo. “Preciso de saúde para ajudar meu filho e meu marido. Estou vendo a minha família se acabando sem poder fazer nada”.

Nilda diz que tem medo de Wellington ter o mesmo destino do filho mais velho, que morreu em setembro do ano passado. “Ele era usuário de drogas também e foi encontrado morto em uma varanda de uma casa. Até hoje ninguém sabe como ele morreu.”

Nos siga no Google Notícias