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Capital

Não podemos dar reajuste de 13,01% e a greve é política, diz secretário

Antonio Marques | 15/06/2015 18:09
Mesmo com o frio de hoje, os professores protestaram nas ruas e distribuíram panfletos pedindo apoio da população (Foto: Marcos Ermínio)
Mesmo com o frio de hoje, os professores protestaram nas ruas e distribuíram panfletos pedindo apoio da população (Foto: Marcos Ermínio)

O Secretário Municipal de Administração, Wilson do Prado, que também é o interino da pasta da Educação, reiterou ao Campo Grande News na tarde de hoje, 15, que não existe possibilidade de a Prefeitura conceder o reajuste de 13,01% reivindicados pelos professores, mesmo escalonado para início de 2016. “A greve tornou-se política”, declarou.

Segundo o secretário, o quadro de negociação segue inalterado desde a semana passada. Ele lembrou que os professores do estado de São Paulo ficaram em greve por 90 dias e não conseguiram nenhuma vantagem e no Paraná, depois de um processo longo e desgastante, o governo concedeu 1% de reposição. “Temos um grupo de secretários municipais de educação das capitais e em 16 estados têm professores em greve. Em nenhum desses, o piso pago é melhor que o daqui”, relatou, completando que o valor do piso mais próximo de Campo Grande é para uma jornada de 28 horas semanais.

Conforme dados divulgados pela Semad (Secretaria Municipal de Administração), o salário do professor da rede municipal de ensino de Campo Grande, com nível superior, em início de carreira, em média é de R$ 2.673,36 por 20 horas semanais, valor 39% acima do piso nacional da categoria, que é de R$ 1.917,78.

De acordo com Wilson do Prado, não haverá nova proposta nesta terça-feira, 16, uma vez que a Prefeitura não comporta qualquer valor além do que havia apresentado e que fora rejeitada pela categoria. “A situação não está fácil. Não vejo solução a curto prazo, se os professores continuarem com essa reivindicação”, revelou o secretário.

Essa declaração contraria a versão do vereador Edil Albuquerque (PMDB), líder do prefeito na Câmara Municipal, dizendo que a Semad estaria estudando alternativas e avaliando as finanças.

Para o secretário, a própria base já estaria retornando para as salas de aula. Wilson do Prado informou que escolas paradas caiu de 45 para 34, 23 estão com paralisação parcial e 37 em aula normal. Conforme a ACP, 60% das escolas estão em greve total ou parcial.

Conforme o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Professores), Geraldo Gonçalves Alves, a categoria espera receber uma nova proposta amanhã. Segundo ele, os trabalhadores não abrem mão do reajuste de 13,01%, mas aceitam os 8,50% neste ano, já proposto pela prefeitura, se o poder público concordar em escalonar os 4,51% no próximo ano.

Os professores vão continuar mobilizados na Câmara Municipal na manhã desta terça-feira. Eles querem o apoio dos vereadores no sentido de cobrar da Prefeitura o cumprimento da lei 5.411/2014 e a lei do piso 11.738/2008. Às 15 horas fazem assembleia na sede do sindicato para avaliação.

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