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Capital

No aniversário,aposentado infarta em lotérica, mas por sorte tem 2ª chance

Elverson Cardozo | 09/07/2013 14:38
Lóterica fica na avenida Júlio de Castilhos. (Foto: Marcos Ermínio)
Lóterica fica na avenida Júlio de Castilhos. (Foto: Marcos Ermínio)

Um aposentado de 76 anos sofreu um infarto dentro de uma Agência Lotérica, na avenida Júlio de Castilhos, região do Jardim Panamá, em Campo Grande. Ele foi socorrido por um cabo do Corpo de Bombeiros que, na ocasião, estava à paisana, como cliente, esperando atendimento na fila.

O fato aconteceu na manhã da última sexta-feira (5), dia do aniversário da vítima que, felizmente, teve uma segunda chance.

Em entrevista ao Campo Grande News, o militar, Ronaldo Pereira da Cruz, de 33 anos, relembrou a situação que, em 9 anos de atuação profissional, nunca tinha vivido.

“Eu estava esperando a minha vez quando vi o senhor, que estava sentando em um banco, começar a passar mal. A princípio ele perdeu o fôlego, depois o quadro se agravou para parada cardiorrespiratória. Me identifiquei e, mesmo sem equipamento, comecei os procedimentos. Fiz respiração boca a boca e massagem cardíaca. É arriscado, mas por uma vida a gente faz o máximo”, disse, ainda emocionando.

Tudo foi muito rápido, relatou, tanto o infarto, quanto os primeiros socorros. Em questão de minutos, a idoso, identificado como Dari Correa de Moraes, 76 anos, voltou a respirar. Momentos mais tarde, uma ambulância do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) chegou ao local e o encaminhou ao HR (Hospital Regional), onde ele continua internado, em estado estável, mas, segundo a família, sem previsão para alta.

Dia trágico - Na lotérica onde o aposentado passou mal, funcionários ainda não se esqueceram da experiência traumática. “Foi tumultuado, pavoroso, mas graças a Deus, o rapaz estava na fila e pode socorrer”, contou a caixa Adeilde da Silva Vieira, de 43 anos.

Ela arrisca dizer que, se o atendimento dependesse apenas do Samu, o senhor poderia ter morrido, porque a ambulância demorou quase 30 minutos para chegar. Por sorte, tudo correu bem. “Você não imagina o quanto eu chorei. A gente fica imaginando se é um parente da gente, sem poder fazer nada. Pode acontecer a qualquer momento”, declarou.

Há 9 anos na corporação, Ronaldo nunca havia passado por uma situação semelhante. (Foto: Reprodução/Facebook)
Há 9 anos na corporação, Ronaldo nunca havia passado por uma situação semelhante. (Foto: Reprodução/Facebook)

Para o Bombeiro experiente, a experiência foi além do desempenho de mais uma ocorrência na profissão que escolheu. “É indescritível. Não é comum as pessoas se depararem com uma situação assim. O que me deixou mais emocionado foi ter conseguido reverter o quadro e descobrir, depois, que era o dia do aniversário dele”, disse.

Ronaldo, além de cliente da agência, é morador do Panamá, onde o idoso também vive. Eles são vizinhos distantes, mas nunca haviam se cruzado. Agora, o militar quer se aproximar da família. Já foi à casa do aposentado, mas como ele estava internado, não conseguiu conversar. Deve voltar na próxima semana.

A cunhada de Dari, Iraídes Silva de Moraes, de 72 anos, já considera o cabo um herói. “Ele não estava respirando mais”, afirmou. A dona de casa acredita que a vítima, que faz tratamento para controle de hipertensão, tenha parado de tomar remédios por conta própria, como já fez em situações anteriores.

Dari mora nos fundos da casa dela, sozinho, há pelo menos 8 anos. Ele não é casado e nem tem filhos.

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