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Capital

No maior ato de amor em 26 anos de casado, esposa doa rim para pastor

Filipe Prado | 03/08/2015 11:47
Nasci de novo, comentou o pastor (Foto: Fernando Antunes)
Nasci de novo, comentou o pastor (Foto: Fernando Antunes)

“Agora eu tenho uma vida nova. Renasci”, garantiu o pastor Vanildo Pereira dos Santos, 47 anos, primeiro paciente a realizar um transplante na Santa Casa, após quatro meses da retomada dos serviços pelo hospital. Contrariando o ditado “santo de casa não faz milagre”, Fabiana da Rocha Santos, 42, esposa do paciente, foi a doadora do rim.

Vanildo não pode ficar muito tempo na presença dos jornalistas, durante a coletiva na Santa Casa. O transplante de rim foi recente, realizado no dia 21 de julho, então precisa evitar lugares muito fechados e sempre usando uma máscara.

Há 10 anos ele vive a rotina de se deslocar até o hospital e, semanalmente, realizar a hemodiálise por conta da insuficiência renal crônica. As restrições não eram somente para ele, a família precisou se adaptar a vida, para ajudar o paciente.

Mesmo sendo um pregador da fé, o pastor era incrédulo em relação ao transplante, pois há anos convivia com a doença e nenhuma familiar era compatível. Foi quando a esposa decidiu realizar o exame, em 2013, e, com esperança, aguardou o resultado positivo. “Foi algo gerado no coração de Deus. Eu pensava que não poderia”, assumiu Fabiana. “Quando casamos, viramos uma só carne. Agora, somos mais do que nunca”, exaltou a esposa.

O resultado positivo foi uma surpresa para todos. Em 26 anos de casado, para Vanildo, este foi o maior ato de amor que a esposa pode proporcionar. “Agradeço todos os dias a minha esposa. Ela me transmitia segurança”, comentou o pastor.

Por enquanto, o pastor e a esposa terão que voltar semanalmente ao hospital, para realizar exames de rotina, mas os planos de Vanildo são diferentes. “Eu quero ir para praia”, brincou o pastor.

“Tem sido somente dias de alegria. Toda vez que ele vai ao banheiro, nós agradecemos”, finalizou Fabiana.

Santa Casa – O urologista Adriano Augusto Lyrio apontou que durante o período fechado, cerca de 15 meses, a Santa Casa precisou realizar adequações, exigidas pelo Ministério das Saúde, na parte física do hospital, para assim voltar a realizar os transplantes.

Outro fato apontado pela nefrologista Vivane Orro para demora na realização dos transplantes foram os próprios pacientes. Ela explicou que muitos não possuem estrutura para as doações, como os pacientes diabéticos, por exemplo, que não podem realizar a cirurgia.

No momento menos de 20 pacientes, de 200 avaliados, estão aprovados para o transplante. A fila de espera pode chegar a mais de 800 pessoas.

Desde a retomada dos transplantes, a Santa Casa tem procurado doadores compatíveis, vivos ou mortos, com os pacientes, sendo Vanildo foi o primeiro. Lyrio assegurou que a cirurgia foi um sucesso, sem complicações.

Fabiana não imaginou que os exames seriam positivos (Foto: Fernando Antunes)
Fabiana não imaginou que os exames seriam positivos (Foto: Fernando Antunes)
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