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Capital

Número de roubos cresce 51%, causa medo e secretário culpa o tráfico

Renan Nucci | 17/06/2014 08:30
Posto do bairro Parati já foi assaltado diversas vezes. (Foto: Pedro Peralta)
Posto do bairro Parati já foi assaltado diversas vezes. (Foto: Pedro Peralta)

O número de roubos em Campo Grande teve aumento de 51% no primeiro semestre de 2014, em uma comparação feita com dados do mesmo período do ano passado. Para o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Wantuir Jacini, a alta é reflexo do tráfico de drogas. 

De acordo com as estatísticas da Sejusp, até domingo (15), as autoridades da Capital registraram 2.203 roubos em 2014, contra 1.452 ocorridos no primeiros seis meses de 2013. O mês com mais casos é maio, com 441 em 2014, contra 152 em 2013. 

Em um dos crimes recentes, um homem invadiu na manhã de domingo a sede da Igreja Universal do Reino de Deus, na Avenida Salgado Filho, na Vila Progresso. O bandido rendeu 15 pessoas e depois fugiu  levando quatro celulares, um notebook e dinheiro.

Vítima de roubo - Damião Moisés de Moura, 38 anos, é gerente de um posto de combustíveis na Rua da Divisão, no bairro Parati. Ele conta que ao longo dos 13 anos trabalhando no local, já viu o estabelecimento ser assaltado diversas vezes. Em 2003, o posto foi alvo de oito ações consecutivas em menos de 40 dias.

O crime mais recente foi registrado no mês de janeiro deste ano. De lá pra cá não houve mais nenhum caso, porém, o medo ainda existe. “A gente trabalha sempre com receio, desconfiando de tudo, principalmente quando alguém desconhecido se aproxima em atitudades suspeitas. Graças a Deus, em todos os roubos que aconteceram aqui, ninguém se feriu”, disse.

O gerente conta que diante deste cenário de insegurança, a empresa foi obrigada a alterar a rotina dos funcionários, instalar câmeras de vigilância e contratar um segurança particular. O expediente atualmente não ultrapassa às 20 horas. “É a maneira que encontramos de tentar intimidar e afastar os ladrões”, explicou.

Moisés diz que posto foi obrigado a instalar câmeras de vigilância e contratar um segurança particular. (Foto: Pedro Peralta)
Moisés diz que posto foi obrigado a instalar câmeras de vigilância e contratar um segurança particular. (Foto: Pedro Peralta)

Segurança - Em nota, a o Secretario de Justiça e Segurança Pública Wantuir Jacini afirma que com a Lei 11.343/2006, que despenalizou o uso de drogas, retirando assim da atribuição da Secretaria, o controle e a fiscalização desse tipo de crime, ficando a cargo da assistência social, saúde e educação e com a proliferação dos usuários, por todas as cidades, esses começaram a praticar crimes de roubos e furtos para sustentar o vício.

Portanto, foi retirada uma política de enfrentamento e a outra a ser executada, os órgãos que tem essa atribuição, ou seja, assistência social, saúde e educação ainda estão se organizando para combaterem o problema. Como consequência, os crimes conexos ao uso de drogas, como furtos e roubos, acabam aumentando.

A Sejusp através da Polícia Militar e da Polícia Civil, vem desenvolvendo várias operações, em Campo Grande, naqueles bairros onde há ocorrência de roubos e furtos, e no interior do Estado, com base na inteligência policial-virtual. Como resultado dessas ações, percebe-se uma redução da criminalidade. Todas as operações policiais são realizadas com base nos reclamos da sociedade organizada, através dos Conselhos de Segurança.

Especificamente a Polícia Civil, através das delegacias especializadas, entre elas a Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos) e a Defurv (Delegacia Especializada de Repressão a Furtos e Roubos de Veículos), tem focado as operações naquelas organizações e associações criminosas que realizam roubos e furtos, com as prisões de várias delas recentemente, o que vai contribuir para a redução desses crimes.

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