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Capital

OAB cobra investigação e quer cópia dos laudos de mortes de presos em celas

Evelyn Souza | 26/06/2013 17:21

A Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul (OAB/MS) cobrou apuração nos três casos de detentos que foram encontrados mortos em celas de delegacias de Campo grande.

O pedido segundo a OAB, foi oficializado junto a Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sejusp) e os casos serão acompanhados através da Comissão de Direitos Humanos.

Nota divulgada nesta quarta-feira (26) diz ainda que a Comissão quer ter acesso as cópias dos laudos do Instituto Médico Legal (IML) para analisar as informações contidas no exame de corpo de delito. A OAB relatou também que não vai admitir episódios como esses e que as condições precárias e a superlotação das delegacias e presídios de do Estado são apontadas e cobradas incansavelmente.

As primeiras mortes aconteceram na última sexta (21). Os presos Diego Oliveira Lima e Anderson Santana Martins foram encontrados mortos em cela da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Defurv). Eles foram presos acusados de assaltar uma chácara na zona rural de Terenos. O crime resultou na morte de Kazuo Suzue, 72 anos, dono da propriedade. Suzue chegou a ser internado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu há três semanas.

Delegada titular da Defurv, Maria de Lourdes disse que acredita os presos fizeram um pacto para se suicidarem.

A terceira morte aconteceu um dia depois, no sábado (22).  Mário Baltazar de Oliveira, 33 anos, foi encontrado morto na 4ª Delegacia, nas Moreninhas. Ele estava preso por não pagar pensão alimentícia. Segundo a Polícia o detento havia sido preso no dia 19 de junho e estava na 6ª Delegacia de Polícia Civil, no Jardim Tijuca. No dia seguinte foi à delegacia das Moreninhas e às 23h45min de sábado foi transferido de cela.

De acordo com registro policial, Mário Batalzar mudou de cela porque havia discutido com outros detentos. No novo espaço, segundo declararam outros presos, passou a falar coisas sem sentido e a bater a cabeça na parede.

Uma das declarações foi de que estava tendo visões de que o bairro Dom Antônio Barbosa estava pegando fogo, segundo a versão da Polícia. Ele foi encontrado por volta das 8h de sábado. Estava com o corpo pendurado na grade, com o pescoço envolvido por um cinto de tecido. Ao lado havia uma garrafa pet cortada em dois pedaços, com líquido semelhante a sangue.

Conforme boletim de ocorrência, no ânus do preso havia ferimentos que indicam estupro. Ele estava de bermuda e sem camisa.

Segundo o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/MS, Joatan Loureiro, uma audiência com a Corregedoria da Polícia Civil e com o delegado responsável pela delegacia já foi solicitada.

 

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