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Capital

Obras avançam e moradores sonham com o fim das enchentes

Filipe Prado | 19/07/2014 10:22
Esperançoso, Cleidionor disse que irá tirar a mureta que continha a enchente (Foto: Marcelo Calazans)
Esperançoso, Cleidionor disse que irá tirar a mureta que continha a enchente (Foto: Marcelo Calazans)

Após vários anos de desespero e tormenta, os moradores do Bairro Jóquei Clube comemoraram as obras de drenagem e controle de enchentes. Eles têm esperança de que os alagamentos não vão se repetir em 2015. Com as casas preparadas para receberem enchentes, eles já planejam retirar as proteções.

As obras, iniciadas no dia 6 de agosto de 2012 e orçadas em R$ 15 milhões, devem ser finalizadas, de acordo com o titular do Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Semy Ferraz, em 60 dias. “Até setembro, quando começam as chuvas, a obra acaba”, afirmou.

Os moradores comemoraram a novidade. A autônoma Thaynara Gomes, 20 anos, mora há oito meses no bairro, mas a casa onde ela vive foi construída há 20, desde está época já era atingida pelos alagamentos.

“Por isso ela é mais alta, pois meu sogro, que construiu a casa, disse que aqui já alagava”, apontou a autônoma. Morando há pouco tempo, ela ainda não se preocupa com as chuvas, que ainda não chegaram a atingir a sua casa, porém fica nervosa pelos vizinhos, que são os maiores prejudicados. “Quando chove é um desespero”.

O pedreiro Cleidionor Jesus da Costa, 57, enumerou três grandes chuvas em Campo Grande somente este ano, mas para a sua surpresa a casa não foi alagada. “Corri para cá e quando cheguei a rua estava normal. Eu acho que as obras já estão resolvendo”, observou.

Célia e Ester ainda desconfiam da obra (Foto: Marcelo Calazans)
Célia e Ester ainda desconfiam da obra (Foto: Marcelo Calazans)

Por conta da água que invadia a sua casa, Cleidionor somou um prejuízo de cerca de R$ 12 mil. “Perdi máquina de lavar, geladeira duplex, máquina de costura, um som, colchão e sofás, além de que minha esposa ficou doente e teve que fazer tratamento em Prudente (SP)”, assegurou.

A mureta, de cerca de um metro, que fica envolta da casa do pedreiro, o protege do alagamento, não é 100% eficaz, mas ajudou Cleidionor a conter a água. Agora com a obra, ele prometeu retirar tijolo por tijolo. “Eu até colei uma foto da enchente, que teve no ano passado, em minha parede para lembrar que isso nunca mais irá acontecer. Até o fim do ano acaba, confessou esperançoso.

Para espantar as más lembranças, outros moradores lidaram com os alagamentos com bom humor. Ester Fulop, 49, disse que não possui mais nada em sua casa, o último eletrodoméstico que ela comprou, foi destruído pela enchente. “A minha geladeira quase virou um barco. Ela caiu e subi em cima”, relatou com bom humor a merendeira.

A amiga de Ester, a advogada Célia Machado, 58, também ficou contente com as obras, mas ainda desconfiou da funcionalidade da drenagem e do controle de enchentes. “Temos que esperar uma chuva de 40 minutos para saber se irá funcionar. Mas estamos precisando muito”, confessou.

Semy explicou que a obra está quase finalizada, faltando somente alguns detalhes, como a criação de bocas de lobo em alguns trechos e o recapeamento.

As obras irão acabar com as enchentes no bairro, porque a drenagem deixará de ser pressionada pela água da chuva que desce dos bairros Jardim América, Vila Progresso e do entorno da avenida Spipe Calarge. A enxurrada destas regiões vai escoar pelo sistema de drenagem já implantado na região do Cabaça, descerá pela tubulação construída na rua Ouro Verde até desaguar no Rio Anhanduí.

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