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Capital

Obrigatório, recadastramento do cartão do SUS tumultua Sesau

Elverson Cardozo | 16/03/2012 12:17

Tempo médio de atendimento, segundo o órgão, é de até duas horas

Central de recadastramento fica lotada todos os dias. (Foto: Elverson Cardozo)
Central de recadastramento fica lotada todos os dias. (Foto: Elverson Cardozo)

Desde janeiro deste ano o recadastramento do cartão dos SUS (Sistema Único de Saúde) é obrigatório em todo território nacional. Sem atualização, os usuários só podem receber atendimento de urgência e emergência. Em Campo Grande, a determinação do Ministério da Saúde tem provocado tumulto na Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), órgão responsável pela atualização.

Estabelecidas em diversas portarias, as mudanças vem sendo feitas desde 2010, quando o governo federal passou a exigir recadastramento apenas para casos de maior complexidade. Depois, a exigência passou a ser mais abrangente.

Agora, quem precisar de atendimento médico mais simples, como consulta ou agendamento de exames, por exemplo, só poderá ter acesso aos serviços após o recadastramento.

A gerente da central de atendimento do cartão do SUS, Disney Simone Viana, 40 anos, explica que Mato Grosso do Sul participa do sistema de cartão há 12 anos. A nova determinação, acredita, trouxe mais segurança às unidades de saúde com relação ao recebimento dos serviços prestados. “Se eu não tiver cartão do SUS eu não recebo o que faço”, argumentou.

Mas, na prática, conseguir realizar o recadastramento do cartão significa algumas horas de espera e boa dose de paciência. Como a demanda ainda é grande, o tempo estimado para atendimento chega a duas horas, segundo a gerente. Por dia são entregues cerca de 350 senhas, o que significa uma média de 1,2 mil cartões recadastrados.

Mesmo assim, Disney acredita que não é necessário “madrugar” para ser atendido. “A não ser que a pessoa quer ser a primeira e já sair”, disse.

Demora – Mas não é difícil encontrar quem passe boa parte da manhã e tarde a espera de atendimento. Nesta quinta-feira (15), a aposentada Luiza Domingos, de 50 anos, só conseguiu ser atendida depois de 5 horas. Chegou às 9h e saiu depois das 14h.

Luiza Domingos conta que levou o neto de 6 anos - que estava gripado e sentindo dores na barriga - e a filha, grávida de 9 meses, para o posto do bairro Aero Rancho, mas não conseguiu atendimento por conta da nova determinação. A aposentada teve de ir até a Sesau para realizar o recadastramento dos cartões.

Aposentada levou neto e filha para posto de saúde, mas não conseguiu atendimento porque não atualizou cartão. (Foto: Pedro Peralta)
Aposentada levou neto e filha para posto de saúde, mas não conseguiu atendimento porque não atualizou cartão. (Foto: Pedro Peralta)

“Ela volta para casa e começa a sentir dor. Pode ganhar o bebê a qualquer momento”, disse. “Acho que esse negócio ficou bastante complicado”, acrescentou.

Quem também procurou o órgão foi a estudante Josierika Maciel Ribeiro, de 20 anos, que voltou de Portugal recentemente. “Não consegui recadastrar porque os documentos da casa onde moro não estão no meu nome”, relatou.

O vigilante Marcos Antônio de Assis também enfrentou transtornos. Levou o filho ao posto do bairro Moreninhas III, mas não conseguiu ser atendimento porque também não havia feito o recadastramento do cartão. “Fiquei lá das 7h às 10, foi quando me avisaram que não fazia”, disse.

Serviço – A Sesau está localizada na rua Bahia, 280, Jardim dos Estados, em Campo Grande. Para recadastramento do cartão do SUS, o atendimento é de segunda a sexta-feira, das 6h30 às 18h, sem intervalo para almoço.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3314-3004.

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