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Capital

Ouça ligação de vítima que, em meio a assalto, chamou PM pelo celular

Ana Paula Carvalho | 10/10/2011 18:02

Policial experiente conseguiu identificar que pedido de socorro não era trote

Ladrões reviraram quarto. (Foto: João Garrigó)
Ladrões reviraram quarto. (Foto: João Garrigó)

Um pedido de socorro desesperado de uma mulher, de 38 anos, que estava sendo mantida, com a família, refém dentro de casa, poderia ter se passado por trote se não fosse a experiência e o tato de uma policial militar que está na Corporação há mais de 20 anos.

Na madrugada de hoje (10) a cabo Nilva recebeu a ligação pelo 190 no Ciops (Centro Integrado de Operações de Segurança) de uma mulher aos sussurros.

Ela dizia que a casa onde mora estava sendo assaltada. “Entraram na minha casa, estão roubando a minha casa, estão roubando a minha casa” e passa o endereço.

Policial: “Vou mandar pedir uma viatura ai. A senhora não sabe o que está acontecendo?”

Vítima: “Vão roubar meu caminhão, vão roubar meu caminhão.”

Policial: “Hã?”

Vítima: “Vão roubar meu caminhão, estão roubando a minha casa.”

Policial: “Vou mandar uma viatura”

Em outro trecho da ligação a mulher pede que a filha se acalme.

Vítima: “Fica quietinha minha filha, tá? Vai dar tudo certo se Deus quiser.”

Policial: “A senhora pode falar sim ou não”?

Vítima: “Fica quietinha minha filha, não chora tá?

Policial: “Aguarda aí, vou mandar uma viatura. Estão roubando a casa da senhora né? “

A policial fica em silêncio, antes de desligar a ligação a vítima fala com o assaltante. “Tá, não vou te olhar mais na cara”.

Trotes - Segundo o tenente-coronel Amável Brãndão Júnior, chefe do setor de operações, outro policial poderia ter pensado que a ligação era um trote e não ter dado a devida atenção. Ainda de acordo com ele, a policial é muito experiente e soube reconhecer que a pessoa do outro lado da linha estava falando a verdade. Ela (vítima) foi inteligentíssima e a dedução da policial foi excelente.

A cada plantão de 24 horas, o Ciops recebe em média três mil ligações. Dessas, 14% são trotes. Esse número era ainda maior. Antes das campanhas de orientação para que as pessoas parassem de passar trotes, porque atrapalhava o trabalho dos militares, essa prática chegava a 30%.

O caso - Nilton Gonçalves Junior, 24 anos, e Claudinei Cardoso Almada, 23 anos, foram presos após fazerem uma família refém na madrugada desta segunda-feira, no bairro Jardim Noroeste, em Campo Grande.

De acordo com a polícia, os bandidos chegaram na casa por volta da meia noite e renderam todos que estavam no local, um casal e dois e filhos.

Durante a abordagem, uma das vítimas conseguiu ligar para a polícia e informar o que estava acontecendo. Policiais do 9º BPM (Batalhão da Polícia Militar) que estavam na região foram até o local e conseguiram impedir o roubo.

No momento da chegada dos policias na casa, os bandidos estavam preparados para fugir com vários equipamentos eletrônicos, jóias e R$ 2 mil em dinheiro. A intenção deles também era levar o caminhão de propriedade de uma das vítimas,

Claudinei foi preso em flagrante no local. Já Nilton conseguiu fugir, mas acabou capturado na casa dele, localizado no Jardim Vida Nova 2. Ele ainda tentou escapar, pulando o muro de várias residências vizinhas, mas acabou pego. Os policiais chegaram até o assaltante depois de encontraram um celular que ele deixou no local do crime.

Na delegacia, a dupla disse que cometeu o assalto a mando de um detento. Durante o período em que estavam com as vítimas, um dos bandidos ficou o tempo todo falando ao celular, de acordo com a polícia, como se estivesse recebendo ordens.

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