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Capital

Paciente fica sete horas à espera de atendimento por falta de maca

Aline Queiroz | 03/02/2011 10:32

Problema se tornou crônico há 15 dias em Campo Grande

Profissionais da área de saúde revelam situação que classificam como “caótica”, agravada nos últimos 15 dias. Com hospitais lotados, macas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ficam paradas nos hospitais, como leitos improvisados e, desta maneira, as viaturas não têm condição de prestar atendimento. Reflexo deste cenário problemático, na terça-feira, um paciente chegou a ficar sete horas na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) sem poder ser transferido a hospital por falta de maca.

As viaturas do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência) têm uma maca cada. No entanto, no momento da emergência, quatro, das sete viaturas disponíveis para o dia, estavam paradas em hospitais.

A reportagem do Campo Grande News apurou que às 12 horas de terça-feira um homem de 67 anos chegou à UPA com quadro de parada cardiorrespiratória. Depois do problema estabilizado, ele precisava de remoção a um hospital porque estava com pneumonia.

Mesmo que o caso fosse considerado grave pelos profissionais que prestaram atendimento ao paciente, o idoso amargou as sete horas de espera. Na noite de terça-feira o idoso conseguiu atendimento em hospital.

Morte - O coordenador do Samu, Mauro Ribeiro, evita maiores comentários sobre o assunto, mas confirma que o problema existe. Segundo ele, a deficiência começou pelo Hospital Universitário e nas últimas semanas se agrava no Hospital Regional. Na Santa Casa, como há mais leitos, o problema ainda não foi sentido, diz Mauro. "mas no HU é crônico", comenta.

Ontem, Doralina Souza Alves, 70 anos morreu na entrada do HR. Ela teve parada cardiorrespiratória, recebeu atendimento na calçada do Hospital Regional, que estava lotado.

Segundo as informações do Samu, não havia espaço físico para que a paciente pudesse ser atendida no Pronto Socorro do hospital. Ela precisaria ter sido entubada, mas a equipe, com os recursos que tinha, conseguiu fazer massagem cardíaca, para tentar reanimá-la, e injetar drogas com o mesmo objetivo.

O equipamento de ventilação da equipe do Samu não foi usado porque estava com outra paciente, levada para o hospital desde meio-dia de ontem. Doralina foi internada terça-feira à noite no Hospital de Sidrolândia e chegou a Campo Grande no início da tarde de ontem, quando faleceu.

No HR, a emergência tem espaço para 11 pacientes e já estava com 17. A direção do hospital, em nota, admite problemas no setor de saúde.

Com relação à capacidade de atendimento do PAM (Pronto Atendimento Médico), no Hospital Regional existem 11 vagas na sala de emergência de adultos, duas vagas na sala de emergência pediátrica, 17 leitos de observação de adultos e 16 leitos de observação pediátrica.

“No momento estamos atendendo acima da capacidade instalada e a informação que recebemos da Regulação do Estado, do Município e do Samu é a de que as Emergências da Santa Casa e do Hospital Universitário também estão atendendo com sua capacidade máxima”, completa a nota.

O Hospital Regional, assim como a Santa Casa de Campo Grande e o Hospital Universitário estão inseridos no Sistema de Saúde do Estado do Mato Grosso do Sul e a demanda das urgências e emergências é cíclica. Os hospitais atendem os casos de maior complexidade de Campo Grande e de todo interior do Estado. No momento enfrenta-se grande demanda de casos graves.

A morte da paciente será apurada pelo hospital.

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